Estava indo muito bem a entrevista do diretor de marketing Carlos Santos para a Revista Fator, sobre as inovações no site do Shopping Taboão. A matéria foi publicada na última 4ª-feira.
Realmente está legal o passeio virtual que o internauta pode fazer por meio da página daquele xópin na internet. É possível “andar” pelo centro de compras, e “entrar” em lojas para ver os produtos nas vitrines. E tanto melhor que o xópin da minha cidade seja o primeiro no Brasil a dar a seus clientes essa experiência.
Tudo isto foi adequadamente contado na empolgante linguagem publicitária por Carlos Santos.
Porém (como dizia Plínio Marcos, sempre tem um porém) no último parágrafo da reportagem Carlos deixou de lado o idioma da propaganda comercial, e subiu no palanque: ““Quando chegamos a Taboão da Serra, o espaço que ocupamos hoje era um terreno abandonado... Apostamos na região e ela se desenvolveu junto com o shopping”, disse o gerente, provavelmente ouvindo aplausos imaginários.
Botemos os pingos nos iis.
Foram o ex-prefeito Fernando Fernandes e o deputado Walter Feldman (na época chefe da Casa Civil do Governo de São Paulo) quem fizeram gestões para o grupo Nacional Iguatemi comprar a área da Prodesp. A costura política para a Prodesp vender seu vasto terreno foi avalizada pelo finado Mário Covas.
Havia grupos organizados forçando a barra para que o “terrenão da Prodesp” fosse (valha-me, Deus!) convertido em CDHU, Cingapura ou qualquer outra destas favelas de concreto. Aliás, esta era a vocação original daquela área. O ex-governador Adhemar de Barros reservou o terrenão, no início da década de 1960, para construir ali um núcleo residencial – quem me ensinou isto foi meu saudoso Waldemar Gonçalves. Melhor que o terreno tenha sido destinado a gerar empregos e renda para a cidade, já densamente povoada.
É indevido o discurso ufanista do marqueteiro do Shopping Taboão. O xópin veio para Taboão a convite, com as burocracias politicamente aplainadas. O resto, foi conseqüência. Inclusive os "boatos" de favorecimento para políticos adquirirem pontos comerciais alí. Pra expelir baboseiras do tipo “pela primeira vez na história”, já temos um prefeito que, arremedando o apedeuta federal, nos atazana as orelhas com o papo de “nunca antes”.
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