Taboão da Serra, o lixo e o “asno de Buridan”

O convênio da Sabesp com cidades do sudoeste da Grande São Paulo desenterrou algo mais assustador que o fantasma do lixo de Taboão da Serra. Nossa cidade está fora dos planos do futuro atêrro sanitário de Itapecerica da Serra, que receberá o lixo de todos os outros municípios da região.
O mais grave, porém, é constatarmos o quanto o prefeito sub-júdice Evilásio e seus cambonos estão perdidos no lixo. O prefeito diz que “das seis cidades do Conisud, a única que está com a questão do lixo resolvida é Taboão da Serra”. Nosso lixo é despejado em Caieiras, a 60 km de distância. Perguntado se há possibilidade de sermos beneficiados com o atêrro de Itapecerica, o atarantado alcaide disparou um sonoro “não sei”: “ (...) eu não sei se será preciso a intervenção direta do Governador”.
Disto se conclui que Evilásio está contente em mandar o caminhão da coleta de lixo bater lata por 120 km na ida e volta da destinação final do nosso lixo. Sorte que a Câmara Municipal já se mobilizou, e enviou ofício a Serra para que Taboão seja incluído no atêrro de Itapecerica, a menos de 20 km daqui.
Em setembro de 2008 o PSDB denunciou que Evilásio e seu secretário de Administração recebem R$ 110 mil por mes de propina cada um da empresa Viva Ambiental, que faz a coleta do lixo em Taboão da Serra. De lá pra cá, a tucanada não abriu mais o bico sobre o caso. Mas o assunto continua fedendo.
Enquanto o prefeito diz que “a questão do lixo está resolvida”, o Coordenador Executivo da Prefeitura confessa que “precisamos pensar em alternativas para esse problema”.
O dilema do lixo de Taboão da Serra está pior que o paradoxo do “asno de Buridan”. Colocado entre dois montes de feno, um burro pode morrer de fome enquanto não decide qual deles irá comer. Entre os dois “iluminados” da Prefeitura que deram as entrevistas acima, não sabemos qual deles vai condenar Taboão da Serra a sucumbir neste assunto mal cheiroso.