domingo, 31 de janeiro de 2010

Seria o Aprígio um bucaneiro?

Ouvi ontem à tarde um economista dar entrevista para a Tânia Morales na rádio CBN, falando sobre a disciplina de finanças pessoais nas escolas de ensino fundamental. Daí me veio à lembrança o vereador Aprígio.
Você pode até me dar um cascudo e questionar: “Ô, David! Cê não tinha nada melhor pra fazer na tarde de um sabadão em vez de ficar lembrando do Aprígio?”
Pois é, mêrmão. Na verdade eu já devia ter descido a lenha neste assunto há mais de um ano. Mas deixei a postagem debaixo do balcão, e a coisa empoeirou. Deix'eu ressuscitar o papo.

Em maio de 2008 este vereador mandou espalhar pelaí um release assinado pelo fake Paulo Herson, mancheteando “Aprígio quer educação financeira nas escolas municipais”.
Aprígio quer pôrra nenhuma, rapaz! O que ele fez foi surrupiar, meter a mão, subtrair, piratear uma idéia que não é dele. O projeto foi aprovado em dezembro de 2008 pelos vereadores apressadinhos de Taboão da Serra, totalmente fora de sintonia com o que se debatia no Congresso Nacional, e sem dar o devido crédito ao verdadeiro autor da proposta.
Na realidade, o projeto do ensino de finanças pessoais para alunos da 5ª à 8ª série foi apresentado originalmente pelo deputado federal Lobbe Neto no ano de 2004 (Projeto de Lei 3401/04). Portanto quatro anos antes do senhor Aprígio lorotear por aí que era ele o “pai da matéria”.
A lei foi aprovada pela Câmara Federal em 15 de julho de 2009, e agora tramita no Senado. Só que em vez de se criar mais uma disciplina, a educação financeira será incluída no conteúdo de Matemática.
Antes de defender o ensino de finanças para crianças, o vereador teria de aprender que a principal virtude do ser humano é a honestidade intelectual, o respeito pelos direitos de autor.
Na linha da conversinha sacana do “nunca antes” e “pela primeira vez na história”, a assessoria do senhor Aprígio cascateia que não existe projeto similar em outra cidade do Brasil. “Taboão da Serra seria a pioneira neste tipo de ensino”, diz o par(a)lamentar. Mentira. Esta proposta está presente numa renca de lugares por este Brasilzão afora. Desde lá em riba no Estado do Pará, até lá em baixo no Rio Grande do Sul.

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