sábado, 26 de junho de 2010

Peão de obra se apaixona por dono de boteco

Zé do Céu é um pacato comerciante do Pirajuçara, no subúrbio da suburbana Taboão da Serra. Seu boteco fica na esquina da Praça Luiz Gonzaga com a estrada Kizaemon Takeuti. Dentro de seu próprio bar, Zé do Céu foi vítima de grave assédio sexual. Traumatizado pelo ocorrido, ele diz não se lembrar (ou quer esconder) a data exata do fato.
O assunto veio à tona na noite de 3ª-feira 1º de junho, no Bar do Carioca.
Enquanto cascateavam tomando pinga de bagaço de uva, Carioca tirou um álbum de baixo do balcão: “Vou te mostrar fotos de umas piranhas do Teles Pires.”
Pensando que as tais piranhas eram putas de alguma cidade chamada Teles Pires, Zé do Céu se alvoroçou. Quando viu que eram peixes, se emputeceu: “Tô pensando que é coisa que presta...”
Um gaiato lá da porta entregou: “Hei, Zé do Céu! Você tá é viciado em foto pornô na tela de celular...”
Pressionado pelos colegas, Zé do Céu abriu o jogo. Com os olhos vermelhos, soluçou: “Pôxa, gente! Não é fácil guardar um segredo desses por tanto tempo”.
Segue a confissão: “Tava de boa lá no bar, curtindo reggae, tomando vinho, quando me entra um tipo afrescalhado e disse: - Quero uma meia de seda.”
Com a linda educação que Deus lhe deu, Zé do Céu soltou o coice: “Lugar de comprar meia de seda é na lojinha aí do lado, ó.”
O fresco não se abalou: “Nããão, bofe. Meia de seda é o nome do drinque que eu quero beber. Faz pra mim, Alemão?”. “Alemão é o caráio. Meu nome é Zé do Céu.” “Ui, Zé do Céu. Me leva pras nuvens?
Depois da terceira dose de meia de seda, Zé do Céu e o freguês engataram um papo firmeza: “Eu sou peão, Zé. Peão de obra. Na construtora meu nome é Hermenegildo. Aqui fora sou Gilda.
Papo vai, papo vem, o peão de obra gay atraiu Zé do Céu pra fumar lá fora.
Carioca se espantou: “Então isto é recente? Essa lei do cigarro em bar é coisa de agora.” “Não, Caríca. Faz um tempão, nem lembro quando... É que a dona Maria nunca deixou eu fumar dentro do bote.”
Voltando ao caso. Enquanto fumavam, o boiola prometeu apresentar ao Zé do Céu umas mulheres lindas taradas por sexo. Para mostar as fotos no seu celular, levou o comerciante para um beco perto do boteco.
Zé do Céu conta empolgado: “Ôrra, meu! Tinha cada mulher cavala! Tudo coxuda... peitão... rabão... Tive uma ereção violenta. Estufou o zíper da bermuda”.
Carioca quis saber: “Cê tava de bermuda?” “De bermuda e camiseta regata bem fininha”, disse Zé do Céu. “Tava um calorão”.
- E o outro cara vestia o que? – pesquisou Carioca.
- Tava de roupa comum de peão – relatou Zé do Céu – Sapato sujo de cal, calça e camisa respingada de concreto. Ôôô, tio! Ninguém diria que o maldito fosse queima-rosca.
- E daí? – perguntaram todos, pois a esta altura o balcão estava lotado de curiosos.
- Daí que enquanto eu tava ligadão nas fotos das minas, o bicha passou a mão no meu pau! Dei-lhe uma puta de uma cotovelada no meio dos peitos...
- Peraí! – gritou Carioca – Peraí! Se você acertou o peito dele com seu cotovelo, então ele estava nas suas costas?
Meio sem graça Zé do Céu consertou: “Quando o escroto grudou minha benga, virei de lado e desci-lhe o cotovelaço na caixa de ossos. Ele saiu andando todo desmilinguido. No dia seguinte, lá estava o nojento de novo no meu bar”.
- Então era tipo mulher de malandro? Apanhou, gamou?
Zé do Céu se ofende: “Se liga, meu! Sô casado e muito bem casado. Falei pro invertido sumir da praça senão ia entregar ele pros urubus”.
Um barbudinho no outra ponta do balcão atiça: “Você disse que isto foi há quanto tempo mesmo?”
Zé do Céu engole a isca: “Foi há uns oito anos atrás”.
O boteco inteiro explode numa sonora gargalhada. Carioca não perdoa: “Ôôô, Zé do Céu. Oito anos atrás não tinha no Brasil celular com arquivo de foto!”.
Atordoado pela contradição, Zé do Céu dá no pé: “Vou pro bar. Dona Maria deve tá precisando de mim”.
Neste instante encosta no balcão o Edgar, dono da barbearia ao lado, e diz:
- Meu vereador predileto disse que essa praça vai virar reduto de bicha e sapatão. Vai ter parada gay, concurso de miss travéco e o diabo a quatro.
Daí caiu a ficha do Carioca:
- Ah... Por isso o Zé do Céu quer montar outro boteco longe daqui!!!
Zé do Céu confirma o antigo ditado popular: cachorro picado por cobra, tem medo de linguiça.




A foto ao lado é uma pequena recordação que o "delicado" freguês enfou debaixo da porta de aço do boteco de Zé do Céu

Um comentário:

Anônimo disse...

aí, David
nem vou conseguir tomar um vinho no ze do céu sem rachar o bico.
Valeu!
Mike