A casa de Engels e Mary Burns no bairro Primrose Hill, Londres |
Chegando a Londres, Engels quis escrever um livro sobre A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra.
Mas precisava de alguém que o levasse até onde os trabalhadores viviam; queria conhecer de perto a dura vida cotidiana do proletariado dentro de seus lares miseráveis. Foi quando apareceu em sua vida uma moça irlandesa, Mary Burns, operária da fábrica da família Engels. O patrãozinho e a proletária logo engataram um romance. Mas nunca quiseram se casar. Preferiram viver o amor pleno livre das convenções sociais.
Mary Burns era totalmente analfabeta. Mas era uma garota muito bonita, cheia de espírito, bem humorada, totalmente encantadora. Ela levou seu amante-escritor a percorrer os cortiços e favelas dos subúrbios londrinos. Sem ela, Friedrich Engels jamais teria condição de penetrar no meio do operariado, até porque os empregados odiavam seus patrões. Mary Burns pegou Engels pela mão e o levou por vielas imundas e becos fedorentos, e foi desta experiência que brotou a primeira grande obra da Sociologia Urbana.
Foi por intermédio da sua amante operária, que Engels conseguiu captar a mentalidade das classes mais humildes. Além disto, em que pese a dificuldade de não saber escrever uma única letra, Mary Burns estava sempre muito bem informada sobre os planos dos operários quando tramavam greves e rebeliões.
Sem Mary Burns a elaboração da teoria de Marx e Engels (autores do Manifesto Comunista) teria demorado mais alguns anos para se estabelecer como a mais poderosa filosofia política depois da Revolução Industrial.
A partir de um certo tempo Mary Burns passou a beber demais. E o vício do álcool a levou à morte com apenas 41 anos.
Quando ela morreu, Engels ficou morando com Lidya Burns (a Lizzye), irmã de Mary. Mas isto já é outra história.
4 comentários:
Essas ONGS tem que ser investigadas, é dinheiro dos nossos impostos, que vergonha!!!
Bela história de amor... Digna de ser retratada pelo sempre atento e completo Bar e Lanches Taboão.
Essa história inspiradora me inspira todas as vezes que leio essa postagem. Dá para imaginá-la com vários personagens diferentes. O amor vencendo as fronteiras e ganhando seu espaço.
eu sou santome ivan
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