sábado, 15 de outubro de 2011

O comunista milionário e a sua amante operária

O jornalista, escritor e filósofo revolucionário alemão Friedrich Engels tinha 22 anos em 1842 quando sua família o enviou para Londres. O “despacho” do rapaz tinha duplo objetivo: trabalhar na fábrica têxtil da família, a Ermen & Engels, e também livrá-lo das garras do governo alemão.

A casa de Engels e Mary Burns no bairro Primrose Hill, Londres
Quando prestou o serviço militar, o jovem Engels havia tomado contato com as ideias socialistas. E passou a participar de “encrencas” contra o regime capitalista. Começou a escrever artigos radicais para um jornal cujo editor era Karl Marx. Os dois não foram com a cara um do outro de início. Mas depois formaram uma das mais sólidas parcerias do mundo na literatura política.
Chegando a Londres, Engels quis escrever um livro sobre A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra.
Mas precisava de alguém que o levasse até onde os trabalhadores viviam; queria conhecer de perto a dura vida cotidiana do proletariado dentro de seus lares miseráveis. Foi quando apareceu em sua vida uma moça irlandesa, Mary Burns, operária da fábrica da família Engels. O patrãozinho e a proletária logo engataram um romance. Mas nunca quiseram se casar. Preferiram viver o amor pleno livre das convenções sociais.
Mary Burns era totalmente analfabeta. Mas era uma garota muito bonita, cheia de espírito, bem humorada, totalmente encantadora. Ela levou seu amante-escritor a percorrer os cortiços e favelas dos subúrbios londrinos. Sem ela, Friedrich Engels jamais teria condição de penetrar no meio do operariado, até porque os empregados odiavam seus patrões. Mary Burns pegou Engels pela mão e o levou por vielas imundas e becos fedorentos, e foi desta experiência que brotou a primeira grande obra da Sociologia Urbana.
Foi por intermédio da sua amante operária, que Engels conseguiu captar a mentalidade das classes mais humildes. Além disto, em que pese a dificuldade de não saber escrever uma única letra, Mary Burns estava sempre muito bem informada sobre os planos dos operários quando tramavam greves e rebeliões.
Sem Mary Burns a elaboração da teoria de Marx e Engels (autores do Manifesto Comunista) teria demorado mais alguns anos para se estabelecer como a mais poderosa filosofia política depois da Revolução Industrial.
A partir de um certo tempo Mary Burns passou a beber demais. E o vício do álcool a levou à morte com apenas 41 anos.
Quando ela morreu, Engels ficou morando com Lidya Burns (a Lizzye), irmã de Mary. Mas isto já é outra história.

4 comentários:

Anônimo disse...

Essas ONGS tem que ser investigadas, é dinheiro dos nossos impostos, que vergonha!!!

Anônimo disse...

Bela história de amor... Digna de ser retratada pelo sempre atento e completo Bar e Lanches Taboão.

Anônimo disse...

Essa história inspiradora me inspira todas as vezes que leio essa postagem. Dá para imaginá-la com vários personagens diferentes. O amor vencendo as fronteiras e ganhando seu espaço.

Anônimo disse...

eu sou santome ivan