quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Giroflex volta a crescer após fracasso de ONG

A sede da Giroflex em Taboão da Serra - Foto: Divulgação
A Giroflex transferiu toda a sua produção de cadeiras e móveis de escritório para Taboão da Serra em 2007, conforme contei aqui em julho daquele ano.
Na ocasião a empresa era dirigida pela organização não governamental (ONG) Associação Beneficente Tobias (ABT). As metas com a mudança de endereço eram aumento de 20% na produção, e redução de 45% no custo industrial.
Não deu certo.
Cada macaco no seu galho, como se diz. Ongueiro e empresário têm DNAs diferentes. Daí, no final de 2010 os líderes da ABT foram se consultar com um grupo de investidores. “Não damos conselhos. Compramos empresas”, foi a resposta pragmática dos donos da Galícia Investimentos, que adquiriu 51% das ações da rebatizada Giroflex-Forma.
Desde maio de 2011 a Giroflex está sob o comando do executivo Sérgio Saraiva, um dos sete sócios da Galícia, e que acumula 20 anos de experiência empresarial, inclusive na China.

De alto a baixo
A Giroflex agora sonha alto. A receita de 2012 é de R$ 200 milhões. Já o faturamento de 2017 será de R$ 1 bilhão, se os planos seguirem o curso traçado.
A empresa vai vender os 80 mil assentos do Estádio Maracanã. E está de olho em outros locais de disputa da Copa do Mundo de Futebol em 2014.
Executivos da firma estão aprendendo a “baixar a bola”. Já não têm vagas privativas no estacionamento e nem salas exclusivas.
Mas a euforia dos novos tempos não se impregnou no chão de fábrica. No fim de 2010 a Giroflex tinha 900 funcionários. A terceirização da linha de produção comeu 40% dos postos de trabalho.

Sem filantropia
A ONG antiga dona da Giroflex foi fundada pelo próprio sócio fundador da empresa no Brasil (a Giroflex nasceu na Suíça). O imigrante alemão naturalizado brasileiro Pedro Schmidt criou a ABT para dedicá-la à medicina social, agroecologia e educação.
Em 1975 Pedro Schmidt deixou todas as suas cotas da Giroflex como herança para a ação filantrópica da ONG.
A Galícia Investimentos não conta pra ninguém o quanto lhe custou a compra da Giroflex.
E a ABT nem quer saber de repórter na sua porta perguntando quanto entrou de grana nos seus cofres com a venda da fábrica deserdada.

Reproduzido de: Estadão

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