O sambista no seu aniversário de 69 anos Foto: David da Silva - 03.fev.2013 |
A residência
fica lá na calçada do outro lado da rua, pertencente a Embu das Artes. Mas é
sobre o lugar onde eu nasci que o artista deita seu primeiro olhar do dia.
Tem laços afetivos
com a cidade – inclusive é pai de um vereador daqui.
E é com todo respeito que volta e meia saio da calçada do lado de cá em Taboão da Serra, e atravesso a Estrada São Judas.
Na calçada oposta abraço aquele que Plínio Marcos considerou “mestre-sala nota dez, compositor inspirado, excelente ritmista, e um dos maiores partideiros do Brasil”.
E é com todo respeito que volta e meia saio da calçada do lado de cá em Taboão da Serra, e atravesso a Estrada São Judas.
Na calçada oposta abraço aquele que Plínio Marcos considerou “mestre-sala nota dez, compositor inspirado, excelente ritmista, e um dos maiores partideiros do Brasil”.
Só mesmo
uma via pública que divide dois municípios para comportar toda a grandeza do
sambista Modesto.
Estive com
Silvio no último 3 de fevereiro, no aniversário dos seus 69 anos.
A primeira
vez que o poeta me recebeu em sua casa foi em 2003, por intermédio de Aloisio
Nogueira Alves.
O rosto de
Silvio Modesto não me era estranho. Logo constatei que o assisti quando eu
tinha 20 anos no espetáculo inaugural do Teatro Popular do Sesi em 1977, e
Modesto interpretava o sambista Wilson Baptista na peça O Poeta da Vila e Seus Amores, escrita por Plínio Marcos em
homenagem a Noel Rosa. Do mesmo autor, Silvio também foi ator em Balbina de Iansã.
Não
bastasse o privilégio de ter sido colega de trabalho e parceiro de sambas com o
revolucionário Plínio Marcos, ainda coube a Silvio Modesto a glória de tocar no
grupo que acompanhou Cartola em sua última apresentação ao vivo.
Na outra ponta da Via Dutra
Carioca da
gema, nascido em Brás de Pina e criado no morro do Salgueiro, a década de 1960
tangeu Silvio Modesto pela Serra das Araras acima.
O negócio
estava esquisito lá no Rio, e o sambista veio ganhar a vida vendendo bilhetes
da loteria federal na Praça da Sé.
Foi numa
dessas de “jogar a sorte grande no pé do otário e dizer que foi o destino”, que
Modesto foi avistado por seu amigo Jangada.
O colega estava acompanhado de Plínio Marcos.
Propuseram a Silvio juntar-se a eles no hoje legendário grupo que o dramaturgo, jornalista e escritor estava montando.
O colega estava acompanhado de Plínio Marcos.
Propuseram a Silvio juntar-se a eles no hoje legendário grupo que o dramaturgo, jornalista e escritor estava montando.
Assim
Modesto converteu-se no “mais completo sambista carioca em São Paulo”, ainda na
definição indelével de Plínio Marcos.
Venceu mais
de 20 concursos de samba-enredo.
Tem sua obra
gravada por Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Benito di Paula, Bezerra da Silva e
outros gigantes do samba brasileiro.
Hoje Silvio
Modesto é o único vivo dentre os sambistas históricos que trabalharam com Plínio Marcos.
Tal proeza
em sua biografia valeu-lhe o convite para prestar um depoimento, a ser gravado
em breve pelo Centro de Memória da Secretaria da Cultura de Taboão da Serra.
2 comentários:
Prezado David: Sílvio Modesto é um dos principais sambistas de São Paulo e merece maior reconhecimento. Afinal, se o cara foi amigo e parceiro do Plínio, quem somos nós pra discordar? Suas composições são retratos do nosso povo. Excelente post
Silvio Modesto é a historia do samba em pessoa, vivo, um dos unicos baluartes dos tempos em que samba era feito no terreiro e não nos camarins das estrelas platinadas, continua a brilhar mesmo esquecido pela midia, um poeta de verdade e um cantor dos velhos tempos , devoz melodiosa e potente ...parabens David..Bagda
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