Edna (à dir.) e Anna Muylaert |
A casa
de Edna da Silva serviu de locação para as cenas em que Regina Casé (Val) e
Camila Márdila (Jéssica) vivem na periferia de Embu das Artes. As filmagens no
Parque Luiza aconteceram em fevereiro do ano passado. Na ficção Val e Jéssica
se reencontram 13 anos depois que a mãe deixou a filha em Pernambuco, para
ganhar a vida em São Paulo.
E como a vida imita a arte, Edna só
veio a conhecer a mãe aos 17 anos de idade. O pai proibia o contato entre elas.
Camila Márdila e Regina Casé em cena na casa de Edna, no Parque Luiza, Embu das Artes |
Atores na esquina da Rua Ituitaba, Parque Luiza |
“A
personalidade da Val é a da minha babá de infância. E a história, é a da Edna
com sua mãe Zeli”, explica a diretora Anna Muylaert.
Edna
cuidou por cinco anos de Joaquim, filho da cineasta. Para Anna, cuidar de
crianças de outras pessoas “é um trabalho sagrado que é muito subestimado”.
Lágrimas e consciência
Na pré-estreia
do filme em 24 de agosto último, Edna e outras 40 pessoas, na maioria empregadas
domésticas, foram convidadas de honra.
Natural
da Bahia, Edna da Silva hoje é cabeleireira. “Assisti ao filme mais de uma vez,
e chorei o tempo todo”, conta.
“Eu
particularmente estou apaixonada pelo filme”, escreveu a ex-babá em seu perfil
no Facebook. “O que mais me tocou foi o fato de as pessoas verem o filme na pré
estreia, e depois no debate após a exibição elas desabafarem, falar coisas que
pareciam estar presas, entaladas. Isso pra me foi emocionante, super legal. O
filme está despertando, fazendo as pessoas a falar, liberar a voz. Ótimo”.
A
cineasta Anna Muylaert também é conhecida pelo roteiro do filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
(2006), e a direção de É Proibido Fumar
(2009) e Durval Discos (2002).
Povo do Pq. Luiza atento à filmagem |
Cidadania periférica
Regina
Casé reagiu com carinho e bom humor ao assédio dos fãs moradores do bairro
embuense. Depois de uma maratona de filmagens em pleno final de semana, a atriz
mandou recado ao povo do Parque Luiza: “Domingo trabalhando de duas da tarde às
duas da madrugada... Será que eu já tô merecendo cidadania embuense??? Super
obrigada a todos os moradores que me receberam com tanto carinho!”, escreveu
Casé na página do filme na rede social.
Depois
de uma estreia tida como tímida, o filme agora é grande sucesso de público. No início eram vendidos em média 287 ingressos por dia em cada sala de cinema. Depois que o Ministério da Cultura anunciou o filme como o representante oficial brasileiro no Oscar, o número de salas de exibição saltou de 91 para 155 cinemas em 55 cidades brasileiras. O número de espectadores atualmente já passa de 200 mil pessoas no país. A aceitação tem sido boa também no exterior.
Regina Casé com moradores na Avenida Capivari, Pq. Luiza, Embu das Artes |
3 comentários:
Por falar em Embu das Artes, essa renomada cidade já deveria ter um bom historiador, para contar as novas gerações, a participação de Embu no filme SINHÁ- MOÇA, em 1953 e, já foi mostrado em uma novela, cujo nome era : O MESTIÇO, com o ator HELIO SOUTO, foi de bastante audiência, mostrada pela TV-Tupi-canal 4. Isso foi em 1962. A novela foi toda feita na chácara da atriz ELIANE LAJE e do grande galã brasileiro ANSELMO DUARTE. Não é demais saber, que também, o município de JUQITIBA, em 1966, também foi mostrado no filme : O SANTO MILAGROSO, com o ator DIONISIO AZEVEDO. A TV -Cultura, já mostrou esses filmes no "cine Brasil". É muito interessante, mostrando como eram bucólicos esses municípios, há algumas décadas atrás. Não é saudosismo, mas, sim cultura.
Dá uma pauta boa suas informações. Vou desenvolver este assunto. Só não vou botar o título "Conisud no Cinema". Odeio essa sigla, inventada pelos políticos da nossa região. Serve pra bosta nenhuma. Vou chamar a matéria assim: "O sudoeste da Grande Sampa na tela do cinema".
Abraços, e obrigado!
É muito bom, de se ver, cidades periféricas retratadas no cinema. O tempo passa tão rápido e, tudo se modifica. O interior de São Paulo por exemplo, já foi mostrado em diversos filmes. Entretanto , a área metropolitana, ainda é pouco conhecida. O que se espera dos diretores cinematográficos e, que façam o possível para mostrar pessoas dentro da realidade de fato, sem muito exagero de apelação. Que usem a imaginação mostrando seres normais que honestamente ganham com seu trabalho , enfrentando a vida. Que não sejam enredos "novelescos", repletos de maluquices de gente endiabrada. Deixem a ruindade para os filmes de terror.
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