terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Artista de Taboão da Serra é indicada ao prêmio de Melhor Atriz em SP

Naruna Costa concorre ao Troféu APCA 2017. Foto: Raíssa Corso
David da Silva

Pelo seu desempenho na peça Antígona, de Sófocles, a atriz e diretora teatral Naruna Costa está indicada ao Prêmio de Melhor Atriz pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Cofundadora do Grupo de Teatro Clariô, em Taboão da Serra, Naruna também traz no currículo atividades de cantora e compositora. Os críticos teatrais da APCA estiveram reunidos na noite de ontem, 2ª-feira 4 de dezembro, para definir os indicados ao prêmio. A premiação é entregue há 61 anos. Os nomes dos vencedores serão definidos na próxima 2ª-feira, dia 11.
Dirigida por Moacir Chaves, Naruna Costa levou ao palco a personagem criada pelo grego Sófocles por volta do ano 442 a.C., ao lado de Pascoal da Conceição e Celso Frateschi, que assina a versão deste drama com cenários e figurinos de Sylvia Moreira. A peça esteve em cartaz de agosto a outubro deste ano.
Naruna na personagem Antígona - Foto: Gisela Schlogel

Teoria e prática

Nascida e criada no bairro Freitas Júnior, periferia de Taboão da Serra, Naruna, 34 anos, deu os primeiros passos na carreira por meio da União Teatral Taboão, criada em 1997 e dirigida por Amaury Alvarez, onde atuou em peças como A Torre em Concurso, entre outras.
A trajetória artística de Naruna Costa se espraia pelo teatro, cinema, televisão, shows musicais, além de discos próprios (Grupo Clarianas) e participações especiais em discos de artistas como Marcelo Pretto, Virgínia Rosa e o rapper Criolo.
Na TV Globo Naruna trabalhou em 2011 no seriado Força Tarefa como a personagem Sargento Lidiane; também em 2011 na novela Insensato Coração (personagem Renata); em 2010 na novela Tempos Modernos (personagem Dodô).
Naruna em frente ao Teatro Clariô, criado em 2002
Na TV Bandeirantes Naruna foi Suzi na novela Dance Dance Dance em 2007/2008. Na TV Brasil foi apresentadora em 2014 da série Resistir é Preciso, e do festival de vídeo Tela Digital, no período 2009/2011.
Na TV Cultura a atriz taboanense atuou no programa Senta que lá vem comédia em 2005, participou do programa Telecurso TEC em 2007, trabalhou no programa Profissão Professor (2009) e naquele mesmo ano em Tudo o que é sólido pode derreter.
No cinema Naruna Costa trabalhou em importantes produções como o filme Hoje eu quero voltar sozinho, que representou o Brasil no Oscar/2014.
A lista de atividades teatrais de Naruna é extensa: Peso, direção de Tica Lemos; Desde que o Samba é Samba, dir. Izabel Setti; Lesão Cerebral, dir. Silvana Garcia; Ricardo III, dir. Celso Frateschi; As Bruxas de Salém, dir. Bete Dorgan; A Árvore dos Mamulengos, dir. Wil Damas; Hospital da Gente, dir. Mário Pazini; Urubu come carniça e voa, dir. Mário Pazini.
Em 2015 além de interpretar uma das personagens, Naruna foi também diretora da peça Severina – da morte à vida, de Wil Damas (o espetáculo de criação coletiva do Grupo Clariô foi inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto).
Foto: Raíssa Corso
Em 2016 Naruna Costa brilhou no teatro do SESC-Pinheiros fazendo o papel de Elza Soares no musical Garrincha, com direção do norte-americano Robert Wilson.
Já perto do fim do texto você deve estar perguntando o que a palavra “teoria” tá fazendo no subtítulo lá em cima. É que além do imenso potencial nos palcos e perante as câmeras, Naruna tem grande capacidade de teorização. Vê só o que ela declarou à Revista Baiacu:

"Cultura é necessidade básica, é fundamental. Igual saúde, moradia, educação. E isso é tão básico porque é ter história. Não tem como apagar o que você é pra ficar lá trabalhando numa indústria, que você trabalha pra ter dinheiro, pra pagar conta e não ter dinheiro, e assim vai. E a sua história vai sendo apagada. Quem reconstrói essa história? Os artistas. E também quem vai falar da beleza das coisas? [Quem vai contar sobre] aquele pôr do sol que eu vi no rio Madeira, em Rondônia?"

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