sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Ney Santos ironiza condenação desta 5ª-feira em rede social

Post diz que sentença será derrubada no TJ
David da Silva

Nesta 5ª-feira (20), a Justiça paulista condenou o ex-prefeito de Embu das Artes Claudinei Alves dos Santos, o Ney Santos, a 3 anos e 9 meses de reclusão em regime inicial semiaberto e 13 dias-multa por posse de uma pistola calibre .380 com numeração raspada, três carregadores, uma mira laser, além de 45 munições (15 balas 9 mm e 30 balas calibre .380). A sentença entrou no site do Tribunal de Justiça às 8h13. Às 21h28, Ney Santos foi ao Facebook e ao Instagram dizer que “durante esse feriado opositores voltam com a velha técnica de tentar atrapalhá-lo próximo a um ano eleitoral”.

O crime foi cometido quando Santos ainda era prefeito. De acordo com o Boletim de Ocorrência nº 789/2019 da Delegacia de Polícia de Cosmópolis (SP), em 28.fev.2019 o ex-prefeito foi flagrado na altura do km 143 da rodovia SP-332, voltando para Embu em um Corolla preto, placas GBH 1255-SP, alugado para a Prefeitura Municipal de Embu das Artes. Ele estava acompanhado do agente penitenciário Lenon Roque Alves Domingos. Além do armamento com farta munição, havia no carro um colete à prova de balas.

Culpa do Waze

Ao ser abordado pela Polícia Rodoviária, Ney Santos colocou a culpa no GPS. Disse que tinha se perdido no meio do caminho para São Paulo ao seguir o aplicativo Waze. Alegou que não sabia da pistola e das 45 munições dentro do veículo.

Ney Santos disse que foi ao interior de SP em compromisso oficial na Prefeitura Municipal de Arthur Nogueira. Mas o agente penitenciário que o acompanhava disse que, ao chegar a Cosmópolis, Ney entrou em uma imobiliária. Ney disse estar com dor de barriga naquela ocasião; que iria usar o banheiro da imobiliária, mas ficou com vergonha da moça que o atendeu. Voltou para Embu das Artes sem fazer cocô.

No trajeto de volta, a Polícia Rodoviária os parou por excesso de velocidade. Ney disse aos rodoviários que tinha ido a Cosmópolis “comprar terreno”.

Em vista do arsenal, Lenon ficou preso em flagrante, mas o desembargador Marcos Correa negou a prisão preventiva do então prefeito.

Na sua sentença de 52 páginas, a juíza Mayara Maria Oliveira Resende, da 2ª Vara Criminal de Cosmópolis, faz um minucioso levantamento da viagem Embu-Cosmópolis. Um policial ouvido como testemunha citou o episódio em que o agente penitenciário acompanhante de Ney Santos é acusado de tentar matar o repórter Gabriel Binho, do site Embu News.

A juíza concedeu à dupla Ney e Lenon o direito de recorrer em liberdade.

Na postagem desta noite, usando vídeo de inteligência artificial onde uma idosa diz “tem coisa velha que não funciona mais”, Ney Santos ironiza a Justiça: “processo antigo, que já havia sido anulado, e que certamente terá a decisão reformada pelo tribunal”.

Número do processo 

0000874-39.2023.8.26.0176

Leia a sentença judicial na íntegra aqui

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