Villani-Côrtes no CEU Campo Limpo em 11.nov.2011, homenageado pela ONG Músicos do Futuro. Foto: David da Silva |
Edmundo
Villani-Côrtes já é nome conhecido dos freqüentadores do nosso blog. Esteve por
aqui em novembro de 2011, três dias depois de completar 81 anos.
Na
ocasião, foi homenageado pela Associação Músicos do Futuro, de Taboão da Serra.
Agora
Villani-Côrtes volta ao nosso balcão imaginário 35 dias antes de festejar 84
anos de vida. É que ele será celebrado durante todo este mês de setembro no
Sesc Vila Mariana, em uma série de cinco concertos com suas composições. A “Primavera
Villani” vai desabrochar nesta sexta-feira, 5 de setembro, e se estende por
todos os próximos quatro sábados.
A
festança musical é uma ideia da produtora Jeanne de Castro, concretizada pelo
Sesc São Paulo. Com direção geral de Abigail Wimer, também já conhecida do
público taboanense pela direção do musical Homem
de La Mancha, que arrastou multidões ao teatro Cemur, em novembro do ano
passado.
Escrever
sobre Villani-Côrtes significa acelerar o teclado do computador pra dar conta
de tudo o que este homem fez e faz sempre, a toda hora. É músico desde os 8
anos de idade, e já pegando o fósforo para acender 84 velinhas não dá descanso
para a partitura musical.
Gravou
em torno de 50 CDs no Brasil e no exterior. Ganhou muitos prêmios, entre eles
quatro troféus da Associação Paulista dos Críticos de Arte em 1990, 1995, 1998
e 2007. Em 2011 recebeu o Prêmio Carlos Gomes “pela excepcional carreira de
compositor”.
Pianista
e regente com título de Doutor em Música, compôs cerca de 300 obras clássicas,
e fez quase 2.000 arranjos musicais para a extinta TV Tupi, para o SBT e a Rede
Globo. Tocou com nomes consagrados da antiga MPB como Maysa e Altemar Dutra,
acompanhando os dois em turnês no exterior. Foi pianista do sexteto do programa
de Jô Soares no SBT, na época chamado Jô
Onze e Meia.
Foto: Arquivo pessoal |
A
família Villani-Côrtes era abastada em Juiz de Fora (MG), cidade onde ele nasceu.
Mas a fortuna não esperou o menino Edmundo chegar. “Não peguei a fase boa da
minha família”, conta. O pai adoeceu gravemente e as finanças definharam junto
com a saúde do velho. Edmundo aprendeu cavaquinho ainda de calças curtas,
observando o irmão tocar violão. Depois o pai conseguiu comprar-lhe um piano
usado.
A
primeira “platéia” de Edmundo foram uns insetos que “moravam” no instrumento
bichado. “Quando eu começava a tocar, os bichos saiam de dentro das teclas pra
me ouvir”, recorda brincalhão.
Uma das
marcas da produção de Edmundo Villani-Côrtes é a afetuosidade. Alguns dos
músicos que vão tocar na “Primavera Villani” têm músicas dedicadas a eles pelo
compositor.
Ele diz
que compõe com simplicidade e despretensão. “Primeiro me vem a vontade de
transmitir alguma coisa. Trabalho na busca desta mensagem interior, e só depois
vou pensar em como transformar isto em música”.
Os filhos
seguem os passos do pai. Ed Côrtes é saxofonista, gaitista e clarinetista. Faz
trilhas sonoras para cinema e TV. Em filmes nacionais compôs para Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, e
Abril Despedaçado, de Walter Salles
Junior. Em Hollywood escreveu trilhas para Senhor
das Armas, A Estranha Perfeita, e
O Amor nos Tempos do Cólera. Na
música popular, Ed Côrtes fez arranjos para a banda Skank (Partida de Futebol) e para o J. Quest.
A filha
Gê Côrtes, também conhecida por Gê Mineira, foi solista por mais de 10 anos na
Orquestra Jazz Sinfônica. Está há 14 anos todos os sábados, madrugada adentro
no programa Altas Horas,
contrabaixista da banda com o mesmo nome da atração da TV Globo.
Foto: Daniela Toviansky |
Junto
com os dois filhos e a esposa Efigênia, cantora lírica com quem é casado desde
1959, Edmundo Villani-Côrtes irá ao palco em 20 de setembro. Dia do meu
aniversário.
Como diria o rapper Gaspar, do Z’África Brasil: “Ó, que presente!”
Como diria o rapper Gaspar, do Z’África Brasil: “Ó, que presente!”
Avisei pra
você no início deste texto que Villani-Côrtes não dá sossego...
Agora que a gente pensa que ele está descansado, esperando sossegado as noites de setembro em que será louvado... que nada! Foi ele próprio quem definiu as composições a serem executadas.
E escolheu a dedo os músicos que vão tocar nas cinco noites.
Agora que a gente pensa que ele está descansado, esperando sossegado as noites de setembro em que será louvado... que nada! Foi ele próprio quem definiu as composições a serem executadas.
E escolheu a dedo os músicos que vão tocar nas cinco noites.
Vam’bora
descansar, seo Villani?
Ele manda esperar mais um pouquinho. Está revisando nota por nota e uma a uma todas as páginas das partituras das mais de 40 obras que irão ao palco.
Ele manda esperar mais um pouquinho. Está revisando nota por nota e uma a uma todas as páginas das partituras das mais de 40 obras que irão ao palco.
Primavera Villani
Noite de abertura – 5 de setembro, às 21h
TEATRO (608
lugares)
Ingressos: R$ 12,00 (inteira) | R$ 6,00 (meia) |
R$2,40 (comerciários)
Demais concertos –
dias 6, 13, 20 e 27 de setembro, às 18h30
AUDITÓRIO (131 lugares)
Entrada franca
SESC VILA MARIANA
Rua Pelotas, 141, Vila Mariana, tel. (11) 5080-3000
Sexta-feira
5 de Setembro, 21 horas | Teatro
Orquestra Filarmônica de São Caetano do Sul
Regência: Geraldo Olivieri
Solistas: Toninho
Carrasqueira e Karin Fernandes
·
Abertura Djopoi
(ano da composição: 1993)
·
Baião
(1978)
·
Concerto
para flauta e orquestra (2000)
1. Gingado | 2. Moderato | 3.
Allegro
solista: Toninho
Carrasqueira, flauta
Obra dedicada a Augusto de Castro Côrtes, pai do
compositor. 1ª audição em Londres, com a Orquestra do Covent Garden e o
flautista Marcelo Barbosa, na St. John's Cathedral, em concerto comemorativo
dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
Concerto Nº 3 para
piano e orquestra (1991)
1. Impressões do terrestre convívio
2. Os ascendentes caminhos do espírito
3. Alegre encontro da eterna morada
solista: Karin Fernandes, piano
1ª audição em 1991 no Festival de Campo de Jordão, com
Edmundo Villani-Côrtes como solista.
Sábado,
6 de Setembro, 18:30 horas | Auditório
Grupo Aum
Arlete Tironi Gordilho, piano; Liliana Bertolini, flauta;
Hélcio de Latorre, flauta e flautim; Gilson Barbosa, oboé e corne inglês;
Clóvis Camargo, contrabaixo, e Nath Calan, vibrafone e percussão
·
Pequena
fantasia de Jó
·
Os
Borulóides
·
Opus 2004
·
Frevo
paulista
Obras escritas entre 1990 e 2003, para formações
diversas. Todas elas gravadas pelo Grupo Aum.
Duo Lício Bruno,
baixo-barítono / Cláudia Marques, piano
·
Rua Aurora
(letra de Villani-Côrtes baseada em Mário de Andrade)
·
Confissão
(letra de Villani-Côrtes)
·
Se
procurar bem (poema de Carlos Drummond de Andrade)
·
Prefiro
(letra de Itagyba Kuhlmann)
·
Papagaio
azul (letra de Villani-Côrtes)
·
Casulo
(letra de Júlio Bellodi)
·
Espelhos
(letra de Mônica Côrtes)
·
Canção de
Carolina (letra de Júlio Bellodi)
·
Alma Minha
(poema de Luís de Camões)
·
Para
sempre (letra de Villani-Côrtes)
·
Balada dos
15 minutos (letra de Júlio Bellodi)
·
Sina de
Cantador (letra de Júlio Bellodi)
Canções escritas entre 1965 e 2010. Todas elas gravadas
pelo duo Lício Bruno e Cláudia Marques no CD "Ê vida, ê voz!", em
fase de lançamento.
Sábado, 13 de Setembro, 18:30 horas |
Auditório
Antonio Vaz Lemes, piano
·
Poema Brasileiro
·
Valsa das rosas
·
Sonata Nº 1 para piano
1.
Lenda | 2. Cantilena | 3.
Corrupio
Obras
respectivamente de 1996, 2013 e 1994.
André Juarez, vibrafone
·
Ritmata
para vibrafone solo (1993)
André Juarez,
vibrafone / Aí
Yazaki, piano
·
Concerto
para vibrafone e orquestra [redução para
vibrafone e piano] (1994)
1. Desafio | 2. Intermezzo | 3. Tocata
1ª Audição no Festival de Campos do Jordão de 1996,
com André Juarez ao vibrafone e Sinfônica de Campinas regida por Benito Juarez.
Raïff Dantas Barreto,
violoncelo
·
À Sombra
da Mangabeira (2003)
Obra dedicada a Raïff Dantas Barreto.
Raïff Dantas
Barreto, violoncelo / Antonio Vaz Lemes, piano
·
Ponteio
do agreste
·
Sonata
para violoncelo e piano
1. Allegro-Cadência-Coda | 2. Lento
| 3. Vivo
Obras respectivamente de 2010 (dedicada a Raïff Dantas
Barreto) e de 1969, esta com 1ª audição em 2004 no Theatro Municipal de São
Paulo, por Raïff Dantas Barreto.
Sábado,
20 de Setembro, 18:30 horas | Auditório
Família Villani-Côrtes
Edmundo
Villani-Côrtes, piano
·
Prelúdios
nºs 3, 5, 9 e 4
·
Choro em
forma de rondó
Obras respectivamente de 1949 e de 1957.
Gê Côrtes,
contrabaixo
·
Ponteio
para contrabaixo (2012)
Edmundo Villani-Côrtes,
piano / Gê Côrtes, contrabaixo
·
Choron (1994)
Obra dedicada a Gê Côrtes
Edmundo
Villani-Côrtes, piano, /
Ed Côrtes, saxofone / Gê
Cortes, contrabaixo
·
Choro do
João
·
O Gabriel
chegou
·
Francisco
no choro
·
Acalanto
·
Balada
dos 15 minutos
Obras respectivamente de 1995, 1997, 2010, 2013 e
1989.
Efigênia Côrtes,
voz /
Edmundo
Villani-Côrtes, piano
·
Confissões (letra de Laerte Freire)
·
Ária de
Roxane (do musical “Cyrano de Bergerac”, letra de Abigail Wimer)
·
Ária de
Ceucy (da ópera “Poranduba”, libreto
de Lúcia Pimentel Góes)
Obras respectivamente de 1992, 2012 e 1997.
Sábado,
27 de Setembro, 18:30 horas | Auditório
Paulo Gori,
piano
·
Sonata Nº
2 - A Lenda dos Alatás
·
Ritmata
Nº 1
·
Salve,
salve Daniel
Obras respectivamente de 1999, 1985 e 2013.
Celina Charlier,
flauta / Paulo Gori, piano
·
Série
Brasileira (1991)
1. Ponteio | 2. Modinha
| 3. Valsa | 4. Choro
Celina Charlier,
flauta
·
Estudo
dos 7 fôlegos (1995)
Obra dedicada a Celina Charlier.
Celina Charlier,
flauta / Paulo Gori, piano
·
Fantasia Sakura
·
Villani in the Village
·
Arabian
Shifting Sands
·
Cinco
miniaturas brasileiras
1. Prelúdio| 2. Toada
| 3. Choro| 4. Cantiga de ninar| 5. Baião
As três primeiras obras, respectivamente de 2003, 2006
e 2011, são todas dedicadas a Celina
Charlier. As Cinco Miniaturas são obra de 1978.
Veja a
homenagem dos Músicos do Futuro, do maestro Edison Ferreira, na homenagem a
Edmundo Villani-Côrtes numa das noites mais queridas da minha vida, em 11 de
novembro de 2011:
Visite o
site oficial do artista
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