Por
volta das oito e meia da noite de 26 de setembro do ano passado, um grupo de
estudantes distribuídos em três ônibus voltava para a escola onde moravam em
Ayotzinapa, pequeno vilarejo na zona rural do México. Ao passar pela cidade de
Iguala, 250 km antes de chegarem ao destino, os ônibus foram cercados pela
Polícia Municipal, e seus ocupantes abatidos a tiros. A alegação do prefeito é
que os jovem poderiam tumultuar o discurso da primeira-dama, marcado para
aquela data.
Os
alunos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa vinham de uma atividade de
arrecadação de fundos a fim de participarem de uma marcha no mês seguinte, em
memória ao massacre de Tlatelolco, ocorrido em 1968. Na ocasião militares e
paramilitares do governo abriram fogo contra 8 mil estudantes, deixando pelo
menos 300 mortos, poucos dias antes dos Jogos Olímpicos da Cidade do México.
Feito bichos
Quando
a Guarda Municipal interceptou os ônibus dos estudantes a mando do prefeito da
cidade de Iguala, dois deles desceram para dialogar com os agentes. Foram
recebidos a bala.
Seguiu-se
um ataque de meia hora contra os coletivos. Os alunos de dois ônibus saíram correndo.
Porém, os ocupantes do terceiro ônibus foram obrigados pelos guardas municipais
a subir em caminhonetes oficiais. Até hoje estão desaparecidos.
Além
dos 43 alunos sequestrados pelos guardas, o massacre resultou em seis mortos a
tiros e 20 feridos – um deles brutalmente torturado, encontrado ainda vivo, mas
sem os olhos e com a pele do rosto arrancada.
Na
madrugada seguinte, após os estudantes organizarem uma coletiva de imprensa
para denunciar a situação, caminhonetes chegaram ao local e iniciaram um
segundo ataque.
A fotógrafa internacional Marie Ange Bordas
vai doar fotos
do seu projeto “Deslocamentos”,
sobre imigrantes espalhados pelo mundo
|
Os
ocupantes das caminhonetes pertencem ao bando de traficantes de drogas
Guerreros Unidos. São liderados pelo irmão do prefeito.
O
prefeito Jose Luis Abarca e sua mulher Maria de Los Angeles Pineda estão
presos.
O
governo do Estado tentou convencer a opinião pública que os estudantes foram
assassinados por traficantes de drogas, e que a polícia achou os cadáveres
deles em uma vala comum. Mas os familiares dos alunos buscaram apoio de peritos
argentinos para identificação das ossadas. Atestaram que os ossos eram de vacas
e porcos.
Solidariedade: luta e poesia
Para
chamar a atenção da imprensa internacional, pais, mães e estudantes
sobreviventes da chacina partiram nas últimas semanas em caravana pela América
Latina.
Eles chegaram na segunda-feira a São Paulo, tendo passado antes pelo Uruguai e Argentina.
Eles chegaram na segunda-feira a São Paulo, tendo passado antes pelo Uruguai e Argentina.
O blog “bar & lanches taboão” vai doar o livro
“A
Arte Visionária de Ranchinho”, coletânea de um dos
mais importantes pintores do
primitivismo no Brasil
|
O Sarau
do Binho, coletivo de poetas e artistas da região de Campo Limpo e Taboão da
Serra, realiza na noite desta quarta-feira, 3 de junho, um ato público recheado
de manifestações culturais.
Os participantes doarão livros e obras de arte a
serem vendidos a favor da causa.
Todo o dinheiro arrecadado será destinado às despesas da caravana com sua viagem internacional.
Todo o dinheiro arrecadado será destinado às despesas da caravana com sua viagem internacional.
Página
do evento no facebook
Serviço:
3 de junho (4ª-feira) às 20h
SOMOS TODOS AYOTZINAPA
Sarau do Binho, no Teatro Clariô
Rua
Santa Luzia, 96 – Taboão da Serra
Um comentário:
Enquanto isso tem gente preocupada com o comercial da Boticario
Postar um comentário