Vagner faz entregas para o ifood utilizando bicicletas alugadas. Foto: Instagram|Reprodução |
Vagner Oliveira, 18 anos, mora há três anos em Taboão da Serra. Antes da sua mãe morrer ele vivia no povoado Pedra Branca, em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, a 500 km de Salvador. Pedala cerca de 350 km por mês em bicicletas alugadas para fazer entregas do aplicativo ifood.
Na
3ª-feira, 1º de junho, saiu do Largo da Batata, no bairro Pinheiros, zona
oeste, para retirar um pedido na Rua Augusta e entregar no bairro Cambuci – 9,6
km de distância. Ganhou seis reais pelo serviço. Dinheiro perdido, pois ao
retornar da entrega, chegou depois do
horário estipulado pela locadora de bikes, e pagou multa de R$ 5. O esquema é carrasco: a bike tem de ser devolvida no mesmo ponto de onde partiu.
Vagner já tinha falado para o cliente que tinha de voar de volta para o Largo da Batata com medo da multa por atraso. Aquilo mexeu com o coração de Gersínio dos Anjos Neto, 34 anos, funcionário público do Tribunal Regional do Trabalho.
Procurando Vagner
Gersínio postou no twitter contando
o caso do rapaz, e disse que queria ajudar.
O
post viralizou (134.500 curtidas até as 12h14 enquanto escrevo este texto).
Outro
entregar por aplicativo que também tem o Largo da Batata como base conhece
Vagner, e fez a ponte.
Suando as canelas
Vagner
mora com um amigo em Taboão da Serra numa casa de dois cômodos – dividem o
aluguel de R$ 500. Ele conta que pedala em torno de 350 km por mês. Tira folga
apenas nas 2ªs-feiras. Mesmo em entregas mais longe – como a que fez para
Gersínio a quase 10 km de distância – o preço pago por corrida não passa de R$
8.
Gersínio
lançou uma vaquinha virtual para ajudar Vagner a comprar uma motocicleta, e
parar de pagar aluguel de bicicletas.
A
meta era arrecadar R$ 20 mil. Mas a arrecadação já registrava R$ 46.123,00 às 12h45 neste exato momento em que termino de publicar este texto.
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