Secretária da Educação Dirce Takano - Foto: Assessoria |
Desde o dia 10 de maio deste ano, 19 gestores da Educação tiveram suas designações revogadas nas escolas da Prefeitura de Taboão da Serra. A maior quantidade de alterações foi na 2ª-feira 20 de junho: 14 designações anuladas. Mas, comenta-se nos corredores que essas revogações são apenas ‘pró-forma’. “Tiraram o nome dela [do cargo de diretora], ela fica como professora, mas continua na direção”, diz mensagem interceptada pelo blog. “É a maior debandada da história da Secretaria Municipal da Educação”, diz uma fonte. As professoras entrevistadas não terão suas identidades reveladas.
“Sai ou
não sai?”
Entre 10 de maio e 20 de junho, diretoras de seis
escolas municipais tiveram suas designações revogadas por Aprígio. Foram as EMIs
Franjinha, Dona Benta e Aninha, e as EMEFs Paulo Freire, Anísio Dias dos Reis e
Francisco Ferreira Pais.
As vice-diretoras das EMEFs Paulo Freire e
Vinícius de Moraes também foram revogadas no dia 20 deste mês.
No mesmo período, apenas a diretora da EMEF
Heitor Villa-Lobos foi designada.
Na coordenação pedagógica de dez escolas também
foi tenso o troca-troca de portarias assinadas por Aprígio. A primeira revogação
foi em 10 de maio na EMI Santo Antonio, seguida das revogações na EMI Santa
Rita de Cássia e na EMEF Paulo Freire nos dias 16 e 31 de maio,
respectivamente.
Em 20 de junho a canetada foi grande: revogadas
as designações das coordenadoras pedagógicas das EMEFs Dalva Barbosa Lima
Janson, Rachel de Queiroz, Ayrton Senna e Aracy de Abreu Pestana; na EMI
Mônica, na EMEBs (Educação Bilíngue) e na escola municipal de segundo grau Rui
Barbosa.
“Esses diretores, vice-diretores e coordenadores [revogados] vão continuar no comando das escolas, mas não terão a designação. Isso implica em várias questões”, prossegue a fonte. “Pessoas nesses cargos assinam vários documentos essenciais na condução das escolas como Ideb, APM (Associação de Pais e Mestres), Censo Escolar, Fundo Nacional da Educação, etc. Se não estão designados, não podem assinar”.
Salário
engessado
A Prefeitura de Taboão da Serra tem 58 escolas. Os
salários dos diretores dessas unidades de ensino vão de R$ 4.140,00 a R$
5.520,00, e variam conforme o grau de complexidade (baixa, média ou alta) da
escola.
Para os coordenadores pedagógicos os salários
também oscilam de acordo à complexidade da escola: R$ 3.450,00 (baixa), R$ 3.795,00
(média), e R$ 4.140,00 (alta).
A tabela de vencimentos desses profissionais
está congelada há 12 anos. Foi criada em 23 de setembro de 2010 com o voto
favorável de Aprígio, na época vereador.
“O novo
piso salarial do magistério mostrou a aberração da lei complementar (LC) 230/10
que tinha por objetivo engessar os salários da Educação”, diz uma professora.
O grande equívoco da LC 230/10 foi fixar um salário para os gestores (diretores de escola,
coordenadores pedagógicos, vice-diretores, assistentes pedagógicos e
supervisores) sem as devidas correções da carreira. “Hoje, mesmo professores iniciantes ganham mais que
os diretores. Quase ninguém quer ser diretor; o salário não compensa”, explica.
“Hoje eu, em sala de aula, ganho mais que uma diretora. Muitas que continuam no cargo não é por valor financeiro. Com meus dois cargos, ganho mais que uma supervisora”, exemplifica outra professora no cargo desde maio de 2011.
Desmonte
A avalanche de revogações das designações
publicadas na última 6ª-feira (24) pela Imprensa Oficial do Município acendeu um alerta na rede municipal do ensino.
“Um verdadeiro desmonte da nossa Educação. Isso
vai refletir diretamente no Ideb do município”, lamenta uma professora concursada
na Prefeitura de Taboão desde 1995.
Em junho, apenas uma designação e 14 revogações Fonte: Imprensa Oficial do Município |
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