David da Silva
Dois
jornais vinculados ao governo Aprígio publicaram, no dia 9.out.2023, que a
Defesa Civil Municipal agiu “preventivamente” e “rapidamente” no episódio do
desabamento de um sobrado no bairro Jd Maria Luíza. Os dois advérbios não
correspondem à verdade. A moradora da casa destruída declarou que “a Defesa
Civil só chegou depois”. A própria nota-oficial da Prefeitura de Taboão da
Serra não diz que a Defesa Civil teria agido antes de o imóvel vir a baixo.
Um jornal governista escreveu que “a Defesa Civil por telefone orientou que as pessoas fossem retiradas do imóvel imediatamente”. O outro jornalista atrelado ao prefeito publicou que, em contato com a Defesa Civil, foi informado que “as pessoas foram retiradas preventivamente”.
Contradição e abandono
A
nota emitida pela Secretaria Municipal de Comunicação não cita ação
antecipatória. Apenas narra que “chegando ao local [a Defesa Civil] constatou
que não houve vítimas”.
Suzy
Mary Norbiato de Souza, moradora do sobrado destruído no número 336 da Rua
David da Silva Meireles, faz um relato enfático sobre a ocorrência (ouça o
áudio no fim da postagem).
Hoje
(19), faz exatos dez dias da tragédia. Além do sobrado de três andares desabado,
os imóveis vizinhos, de números 334 e 344, ficaram com a estrutura comprometida,
e estão interditados pela prefeitura.
Se
os donos não podem entrar nas suas propriedades, o mesmo não acontece com
ladrões.
Na
madrugada do dia 15, a casa de número 344 teve a sua fiação elétrica furtada.
No dia seguinte, outro imóvel interditado teve roubada a sua grade de janela.
Na noite do dia 18, dois ladrões saíram de uma casa interditada com duas
sacolas cheias de objetos. Na madrugada de hoje (19), um televisor foi roubado
de um dos imóveis danificados.
O
subsecretário da Secretaria Municipal de Governo Carlos Hueb foi procurado em 13.out.2023 pela
reportagem para comentar o assunto. Ao ser informado do depoimento da moradora
da casa desabada, se limitou a dizer: “isto não é verdade, mas siga em frente”.
Hueb, que acumula a função de coordenador da Defesa Civil, também não disse à reportagem para
qual moradora teria passado instruções por telefone.
OUÇA O RELATO DA MUNÍCIPE
Transcrição: “Até então a Defesa Civil não havia chegado no local. A Defesa Civil só chegou depois do desabamento. Teve vídeos provando que não tinha ninguém [da Defesa Civil] no local, a não ser os familiares nossos. Só após todo o incidente a Defesa Civil chegou lá, para interditar as casas. Porém, a única casa que desabou inteira foi a minha. A dos vizinhos caiu o muro mas ainda tem os pertences lá dentro”.
RESPOSTA DA DEFESA CIVIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário