Sequencia do desabamento |
Três dias antes de uma casa de três andares desabar no Jd Maria Luiza, a Prefeitura de Taboão da Serra publicou um comunicado ao dono da obra no terreno vizinho que causou a tragédia. A comunicação ao proprietário está na Imprensa Oficial do Município de 6ª-feira (6); o sobrado caiu nesta 2ª-feira (9).
A
administração municipal tentou algum protagonismo na ausência de mortos ou
feridos. "As pessoas foram retiradas preventivamente”, alegou Carlos
Humberto Hueb da Silva, subsecretário da Secretaria Municipal de Governo e
coordenador da Defesa Civil.
Porém,
os moradores saíram da casa por sua própria conta e risco, sem nenhum amparo da
prefeitura. “Era 1h20 da madrugada [do domingo para 2ª]. Peguei meus filhos e
acordei minha mãe, que mora aqui em frente. Não deu para salvar nada. Caiu
primeiro o muro do vizinho, depois do outro vizinho, e minha casa começou a
pender para o lado esquerdo”, relata a cabeleireira Suzy Mary Norbiato de Souza,
dona do sobrado destruído no número 336 da Rua David da Silva Meireles.
O
marido dela, Helder de Souza Araújo, conta que há dois anos e meio enfrenta
problemas com a obra que devorou a sua moradia. “O vizinho dos fundos decidiu
fazer uma demolição. Nisso que ele fez a demolição, também fez a remoção de
terra”, explica.
O
subsecretário de Governo coloca a culpa na chuva. “O pessoal estava fazendo a
construção atrás da casa [que ruiu] e, com essa chuva, acabou desabando a casa
toda”, diz Hueb.
Mas, o que colocou o imóvel a baixo foi a remoção irregular da terra, que solapou sem piedade a estrutura do lar de Suzy e Helder.
“Comunique-se”
Em 2022, o dono do imóvel da Estrada Kizaemon Takeuti, nº 1.445, que fica atrás da casa que caiu, solicitou alvará de edificação – processo 42.261/2022.
No terreno de 250 m² havia dois sobrados (194 m²
de área construída em 1976) que dariam lugar a um novo empreendimento.
O proprietário Ed Carlos Castro Sousa, dono de um escritório de contabilidade em Taboão da Serra, solicitou alvará de demolição - processo 27.239/2023.
A prefeitura emitiu “comunique-se”
no último dia 19 de julho.
O
alvará de obra de terra (processo 3.374/2023) recebeu um “comunique-se” da
prefeitura no dia 2 deste mês, publicado na imprensa oficial na 6ª-feira (6).
Mesmo
sem o alvará deferido, a remoção de terra foi efetuada.
Em
nota oficial, a gestão Aprígio diz que: “A obra estava paralisada e tinha sido
autuada como irregular pela Fiscalização de Obras da Prefeitura, após receber
denúncias”.
O homem que perdeu o teto onde vivia com a esposa e dois filhos, de 3 e 15 anos, informa que não recebeu qualquer resposta da prefeitura sobre a denúncia que fez quatro meses atrás.
Retirada irregular de terra causou a tragédia |
Frente do sobrado que desabou |
IMPRENSA OFICIAL - pág. 8 - edição nº 1.150 de 06/10/2023 |
Um comentário:
A culpa é toda da prefeitura de Taboão da Serra que nunca fiscaliza nada e coloca os apadrinhados desqualificados nos cargos técnicos do município, somente para ganhar muito dinheiro
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