sexta-feira, 25 de julho de 2025

Veja o bairro de Taboão onde mora o velho de 68 anos que quebrou 18 ônibus

Idoso destruidor de ônibus mora em bairro privilegiado
David da Silva

A Rua Etiópia, no bairro Parque Monte Alegre, em Taboão da Serra, tem casas padrão classe média a classe média alta. Na calçada, grossas palmeiras imperiais. Ali, mora o servidor público estadual de 68 anos autor de, pelo menos, 18 ataques a ônibus na Grande SP no período de junho a 17 de julho deste ano.

Ao prender Edson Aparecido Campolongo na 3ª-feira (22), a Polícia Civil se recusou a dar detalhes para não prejudicar as investigações.

Mas, o blog bar&lanches taboão apurou que o acusado era freguês de um depósito de materiais para construção na Avenida José André de Moraes, Jd Monte Alegre, perto da Prefeitura de Taboão da Serra.

Com base nisso, a reportagem percorreu as ruas dos arredores, e descobriu o imóvel da Rua Etiópia, nº 89, registrado no nome de Campolongo.

Dois dias após a prisão, Edson Campolongo foi demitido da CDHU (Cia do Desenvolvimento Habitacional Urbano) onde foi admitido há mais de 30 anos como motorista por meio de concurso público. Em junho, ele recebeu salário líquido de R$ 10.132,00.

Para depredar os ônibus, ele utilizava o próprio carro com que trabalhava como motorista do chefe de gabinete da CDHU.

A polícia chegou até Edson Campolongo porque as câmeras de monitoramento das ruas mostravam que havia sempre no local dos ataques o veículo Virtus branco com logotipo da CDHU. Com esse mesmo veículo, Campolongo acompanhou caravanas do governador Tarcísio de Freitas em atos oficiais pelo interior paulista e por cidades da Região Metropolitana da Capital.

Em pelo menos dois dos ataques aos coletivos, Edson teve a parceria do seu irmão Sérgio, de 56 anos, morador de Osasco.

À noite, o carro oficial ficava na garagem da Rua Etiópia. Na casa do acusado, a polícia encontrou estilingue, esferas de metal e pedras de aquário em grande quantidade.

O motorista era tido como pessoa discreta. Ou, talvez, dissimulada.

Na internet, agia como miliciano digital atacando o STF (Superior Tribunal Federal).

Na cadeia, ele pode passar uns apertos por ter tentado jogar a culpa dos ataques em cima de uma facção criminosa.

Campolongo publicou caricatura do presidente norte-americano Donald Trump acusando o PCC pela quebradeira dos vidros dos ônibus. "Nós avisamos PCC Terroristas. PCC é o grupo terrorista maior da América 'Latina'”, diz sua postagem no Facebok em 06.julho.2025.

Para o secretário-executivo de Segurança Pública Osvaldo Nico, "ele [Edson Campolongo] arregimenta outras pessoas para realizar os ataques. Mas ainda estamos no início da investigação".

No interrogatório, Edson disse que atacou os ônibus para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”. Mas, reconheceu que “fiz merda” e “não tem nada a ver o que fiz”.

Estilingue, esferas metálicas e pedras apreendidas na casa do idoso

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