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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um “boa noite, Cinderela!” muito antigo...

Mulher bebendo com soldado dormindo (1660) – Gerard Ter Borch
Há tempos, muito tempo mesmo, não atualizo a nossa seção sobre O Bar na Galeria de Artes. Dia desses, fui dar uma bicada lá no Bar do Escritor, do amigo Giovani Iemini, e resolvi compartilhar a tela acima.
O pintor holandês Gerard Ter Borch nasceu em 1617 na cidade de Zwolle. Aprendeu o ofício com o pai, de quem herdou o nome e o talento. Seu primeiro quadro famoso foi pintado quando o moleque tinha só oito anos de idade.
Gerard gostava de dar longos rolês pela Europa. Em 1634 se mandou para Haarlem, no norte da Holanda, e no ano seguinte deu uma esticada até Londres. Em 1640 estava na Itália. Depois fez um giro pela Espanha, e nos anos de 1645 e 1648 esteve na Alemanha.
Em 1654, sossegou o facho, casou-se e foi morar em Deventer, no leste holandês.
Gostava de pintar cenas da vida militar. Mais tarde dedicou seus pincéis a cenas de interiores, geralmente com homens envoltos em comércio amoroso com mulheres encantadoras. Gerard morreu em 8 de dezembro de 1681.

sábado, 23 de maio de 2009

O honorable senhor Debret, tomando “uma”


Para registrar a si próprio durante o tempo em que morou no Brasil (de 1816 a 1831) o pintor francês Jean-Baptiste Debret fez esse auto-retrato em uma taberna.
A aquarela revela o estado de espírito do artista no ano do seu desembarque no Rio de Janeiro. A derrota de Napoleão Bonaparte deixou Debret desempregado. Pra piorar, a morte recente de seu filho Honoré de 19 anos o deixou arrasado. Como desgraça pouca é bobagem, ele havia se separado há pouco de sua mulher Sophie (alguns dizem que ela o abandonou).
A taberna carioca escolhida por Debret para seu auto-retrato é rústica, com decoração mínima de dois jarros e um cesto de vime contendo travessas. Jogado no chão, um garrafão com o gargalo quebrado, ao lado de um cacho de cocos-verdes.
As linhas do teto e do assoalho traçam uma perspectiva que agudiza o sentimento de solidão do único homem a beber ali. Debret está com o ombro arqueado sobre a mesa, com o olhar fito num ponto qualquer, a meditar. A tensão gerada pelas cores parece ecoar a tristeza e a melancolia.
O artista se coloca propositalmente no fundo do quadro, para acentuar seu estado de desolação. Além dele, só o pequeno degrau que conduz para trás do balcão, onde um homem negro prepara algo para o freguês. Uma banda da porta da rua meio que encobre o boêmio solitário.
(parece que este bar já vai fechar...)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Bar do Belém tem “Hall da Fama”

Se voce entrar no bar de número 246 da Rua Belém, no bairro do mesmo nome, em São Paulo, não se espante se alguém do balcão ou das mesas te causar a seguinte impressão: “Nunca vi esta pessoa, mas o rosto não me é estranho...”
Antes de você pensar que já bebeu demais, olhe para a parede oposta ao balcão. A maioria dos frequentadores daquele boteco está no painel de caricaturas feitas por Roberto Duarte, um artista que cabe direitinho na frase de Aldir Blanc: "O lar é o meu segundo bar".
Roberto Duarte é músico, publicitário e desenhista
“O estalo de desenhar meus colegas de bar veio há quatro anos”, conta Roberto, nascido há 65 anos na Mooca, mas morador veteraníssimo do Belém.
O primeiro a ganhar uma caricatura foi o “Zé” segurança do comércio vizinho à Lanchonete Clamuce, onde o painel de botequeiros está exposto. De lá pra cá, poucos fregueses escaparam do olho aguçado do experiente desenhista. Inclusive o próprio Roberto, que fez sua auto-caricatura. Hoje já são 40 desenhos.
Nenhum colega de boteco do Roberto ficou sabendo quando seu rosto iria para o painel. Roberto guarda na memória os traços do amigo, e só o desenha quando chega em casa, longe das vistas do caricaturado. “Se eu ficar olhando muito pra pessoa, ou fizer algum rascunho de modo que ela veja, estraga a surpresa”, explica Roberto, que já foi gerente de criação publicitária em multinacional.
Não é difícil o caricaturado embirrar, num primeiro momento, ao se ver no papel. “A pessoa sempre tem uma visão íntima sobre si própria, geralmente favorável. Na caricatura fica expressa a forma como eu a vejo, e ali eu exagero alguma característica dela, por menor que seja”, diz Roberto.
Mas não há uma só caricatura já feita por Roberto que tenha sido rejeitada por um seu colega de copo e de cruz.
Além de dominar o lápis de desenho, Roberto Duarte é bamba no violão. Toca todos os finais de semana no afamado Bar Brahma, na Avenida São João, e no Bar Mooca, na esquina da Rua Indaiatuba com João Batista de Lacerda. Seus companheiros de andanças pelos bares da vida são Bio (acordeon) e Daltro (violino). Mas as habilidades musicais de Roberto ficam para a próxima ocasião, em entrevista para o site e rádio-web Samba de Alambique.
Para contratar Roberto Duarte como desenhista ou como músico:
e-mail:
robjoaoduarte@hotmail.com
Fones: (13) 3473-1223 e (11) 8857-7413

Auto-caricatura de Roberto é a 1ª da 2ª fileira de baixo para cima
Localização no painel: Roberto Pintor – 1ª fileira de cima, 2º da esq. p/ a dir.João Ribeiro - 1ª fileira de cima, 3º da esq. p/ a dir.
Araújo - 1ª fileira de cima, 6º da esq. p/ a dir.
Pavão - 1ª fileira de cima, 4º da dir. p/ a esq.
Marcos - 1ª fileira de cima, 3º da dir. p/ a esq.
Pedro - 1ª fileira de cima, 1º da dir. p/ a esq.
Darcy – 2ª fileira de baixo para cima, 3º da esq. p/ a dir.
Rubicão - 2ª fileira de baixo para cima, 3º da dir. p/ a esq.
Giba – 1ª fileira de baixo, 6º da esq. p/ a dir.
Zezinho (Zé Vinagre) - 1ª fileira de baixo, 2º da dir. p/ a esq.

sábado, 13 de dezembro de 2008

De novo no boteco, com os mestres da pintura

O quadro L’Absinthe (O Absinto) é um dos mais famosos do pintor francês Edgar Degas.
Pintado em 1876, foi logo esculhambado pelos críticos, que taxaram esta pintura de “feia e repugnante”. Para compor esta obra, Degas chamou como modelos a atriz Ellen Andrée, e seu amigo Marcellin Desboutin, pintor, gravador e boêmio notório. O cenário usado foi o Café de la Nouvelle-Athènes, em Paris.

O ar desolado no rosto da mulher expressa fracasso e abandono. O homem ao seu lado se mostra vulgar e presunçoso, como se a garota ao seu lado não tivesse a mínima importância. O clima geral do quadro é o isolamento das pessoas (sozinhas na multidão parisiense) no período de grande crescimento da França. Daí o artista ter colocado espaços vazios no primeiro plano, deixando os personagens humanos numa espécie de escanteio.
Diante da reação desfavorável, o quadro foi deixado em um armazém por 14 anos.
Em 1893, a obra foi exposta em Londres. E de novo causou rebuliço (veja as reações da imprensa britânica da época
aqui).
Para ver outras obras de arte com o botequim como tema,
visite a nossa galeria de artes.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O bar na tela de João Werner

Pintores de todas as épocas e estilos, já tiveram o bar como fonte de inspiração.
O pintor e escultor João Werner é autor de uma série de pinturas sobre a realidade urbana. O boteco, claro, não pode faltar.
Natural de Bela Vista do Paraíso/PR (nascido num lugar com este nome só poderia ser pintor) João Werner, 44 anos, está estabelecido em Londrina, no norte do Paraná. Suas obras podem ser adquiridas por meio do seu site.

















terça-feira, 30 de setembro de 2008

Bela foto?

Jim’s Hot Dogs (2004)

Faz já um tempão que não atualizo a nossa seção O Bar na Galeria de Artes.
Valeu a espera.
Na passagem por um
blog sobre arte pop conheci a obra do pintor norte-americano Ralph Goings (à direita). Ele faz parte da escola Hyper-Realista ou Foto-realista, grupo de artistas que trabalham com tal minúcia de detalhes que a pintura se assemelha às fotografias – como a aquarela que abre esta postagem.
Nascido em 1928 na Califórnia (EUA), desde a década de 1970 Ralph Goings se especializou em levar para seus quadros bares, lanchonetes e traillers de hambúrguer e cachorro-quente. Com isto, ele tenta mostrar o belo no mundano cotidiano.
Para Ralph Goings, as formas, as cores e os espaços se distribuem ao capricho da realidade; a missão do pintor-realista é descobrir e organizar tudo isto.
Visite o
visite o site do artista

quinta-feira, 13 de março de 2008

Musas do bar em cores, luzes, sombras

O pintor argentino Fabian Perez capta das deusas do botequim a atmosfera de sensualidade e desejos proibidos





































Fabian Perez nasceu no dia 2 de novembro de 1967 na cidade de Campana, a cerca de 80km de Buenos Aires, Argentina.
Com apenas 9 anos de idade, começou a pintar retratos surpreendentemente maduros de seus familiares e amigos. Sua mãe era artística e imaginativa. Seu pai foi uma figura fascinante - conhecido tanto pelo povo da cidade, como pelas autoridades policiais. Vivia metido em negócios clandestinos, operando em boates e outros recantos escuros.
As atividades ilegais do pai expuseram o pequeno Fabian a um elenco interessante de homens e mulheres que se movimentavam no limite. O fascínio pelas musas da noite foi fulminante. “Elas podem seduzir um homem com um simples gesto, como acender um cigarro”, diz o artista, que desenvolve sua obra numa atmosfera marginal-glamorosa, cheia de sensualidade e desejos proibidos.
Na idade de 16 anos Fabian Perez perdeu sua mãe. Três anos mais tarde, perdeu também o pai. Sua busca por uma âncora em sua vida, o levou para o exercício de auto-conhecimento através das artes marciais. No seu mestre de karate encontrou sua segunda grande influência. O rapaz desenvolveu excepcional habilidade sobre o tatame. E a disciplina desta luta oriental mudou seu modo de ser, até então dominado pela paixão e pelo instinto. Fabian sentiu o peso da responsabilidade sobre seu próprio futuro.
Aos 22 anos, decidiu deixar a Argentina. Passou 7 anos na Itália, onde sua pintura tomou um percurso ascendente. Foi também onde se inspirou para escrever seu livro Reflexões de um Sonho, mais tarde publicado nos Estados Unidos. Da Itália o pintor seguiu para uma temporada de um ano no Japão. Em 2001 instalou-se em Los Angeles (EUA). Nesta cidade conseguiu sua primeira exposição importante, teve seu trabalho vendido rapidamente, e ganhou aclamação de público e crítica.
Embora admire várias escolas de arte, incluindo os impressionistas, não gosta de ver sua obra rotulada; sente que isto limita o trabalho. Prefere definir sua pintura como Emocionalismo. Seu material de trabalho preferido é a pintura acrílica.
Imprime em suas telas uma alta carga de energia e arrebatamento. Cada quadro seu torna-se um roteiro com múltiplas possibilidades de percepção. Cabe ao espectador decidir por qual caminho deseja conduzir esta experiência.

... onde as moças vendiam bebidas e amor...

O cabaré Folies-Bergère foi o mais famoso de Paris, por volta de 1880. Instalado no número 32 da Rue Richer, perto da Rue Bergère, ao lado do boêmio Boulevard Montmartre, era freqüentado por intelectuais e endinheirados. Entre as mesas e em volta do salão, o melhor do mulherio parisiense.
Enquanto prostitutas de altos michês faturavam sobre garanhões burgueses, nos balcões do comércio trabalhavam filhas da classe operária francesa residentes nos subúrbios, ou na zona rural do entorno da capital da França. Estas garotas de origem humilde também eram tentadas a ganhar um dinheiro extra, ao venderem, na linguagem romântica de Guy de Maupassant, “bebidas e amor”. Acalentavam ainda a ilusão de algum freguês ilustre tornar-se seu “padrinho”.
Foi uma destas funcionárias do Folies-Bergère que o pintor Édouard Manet escolheu como modelo, para sua última obra-prima, pintada durante 1881/1882. A garota Suzon não parece ser uma das que mantinham contatos além-balcão com a freguesia. Manet a retrata sem qualquer maquiagem, com uma feição insondável, roupas castas. No canto direito do quadro, você vê refletida no espelho a face de um homem que encara lascivamente a mocinha. Mas Suzon mantém o olhar indiferente ao assédio.
As dependências do Folies-Bergère eram bem diferentes do que aparece no famoso quadro. Havia ambientes separados. Manet, entretanto, valeu-se da licença artística para sintetizar em uma única mirada todo o esplendor daquele templo do prazer etílico e erótico.
No balcão de mármore à frente de Suzon, champanhes, menta, e cerveja inglesa vermelha muito consumida na época, identificada pelo triângulo rubro do rótulo. Ali também repousam um jarro com flores desmaiadas, e uma travessa com brilhantes tangerinas. O bar só é visto pelo espelho atrás da garçonete.
No canto superior esquerdo, aparecem as botas verdes de uma mulher. Trata-se da artista americana Katharina Johns, que fazia números sensuais sobre o trapézio. Neste mesmo lugar, Charles Chaplin apresentou-se no início da carreira. Mas o público esnobe não mostra interesse pelos artistas. Estão ali para verem e serem vistos. Ao lado da mulher de vestido branco, uma garota aponta seu binóculo para outras mesas. A mulher de branco era Méry Laurent, uma prostituta de luxo amiga de Manet – era mantida por um dentista americano que lhe enviava 15 mil francos por mês. Atrás dela, de bege, a atriz Jeanne de Marsy, também convidada pelo pintor para compor a tela.
Manet foi acometido pela sífilis que o paralisou parcialmente, obrigando-lhe a amputar a perna esquerda dias antes de morrer, aos 51 anos. O artista viveu seus últimos meses entre dores lancinantes e a compulsão de pintar. Não conseguia permanecer em pé por mais de 10 minutos. O últimos quadros foram pintados com Manet deitado num sofá. Por isto, suas telas derradeiras tinham um formato menor.
O quadro do Folies-Bergère, com 96cm x 130cm, foi concluído no estúdio, para onde Suzon sempre ia acompanhada do namorado.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Um rolê por uns botecos “enjoados”

O pintor Harry McCormick nasceu nos EUA em 1942. Tem uma vasta obra de pinturas de bares, tavernas, restaurantes, salões de café burgueses. E é fascinado em pintar mulheres bonitas – geralmente ele inclui uma bela fêmea entre mesas e balcões.
A sua onda de pintar bares começou com a encomenda de um amigo. Mas ele já teve sua fase de pintar barracas de frutas e legumes, ferroviárias antigas, e outras fases temáticas.
Atualmente, Harry McCormick mora na Flórida com sua mulher e um filho.
Sua fase atual é a pintura de jardins públicos.
Claro que para ir aos bares que aparecem nas pinturas abaixo, nós precisaríamos ter a mordomia dos cartões corporativos dos ajudantes do presidente lula. Ou receber no final do mês a dinheirama dos inquilinos do poder.
Estamos felizes com nossos botequins humildes. Mas, não custa nada passear os olhos pela arte requintada e detalhista deste pintor.



SoHo Afternoon - 2001

South Beach Afternoon


The Local - 2001

Linconl Del - 2001

Miami Bar - 2001

Nicole - 2001


Sky Ceiling - 2001

Empire Diner - 1970



Felix 2 - 1970

Flamenco - 2001

Julian Window



Coffe Shop Pastel 2 - 2001

Dinner and Opera - 2001

Bar Scene - 1970

Before the Dance - 2001

Coffe East - 2001

Charlie's Bar - 2001

Bom... Fizemos um longo périplo pelos botecos grã-finos eternizados por McCormick. Melhor pararmos por aqui, pra não ficar igual a este Homem na Porta, que Harry pintou em 2004.