segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Que vacilo, hein Matilde?

Uma pessoa daquelas que vêm “de baixo”, criada na periferia, filha de trabalhadores humildes, tem de se mancar quando chega no topo de um cargo público.
Como dizia Cícero: “à mulher de César não basta ser honesta; tem de parecer honesta”. Entenda-se aqui por “mulher de César” toda mulher em cargo pago pelo povo.
Essa pessoa tem de esfregar na cara dos corruptos e da classe dominante, que é possível exercer o comando da sociedade sem falcatruas nem esbanjamento do suado dinheiro do contribuinte.
E o que fez Matilde Ribeiro, 48 anos, paulista do interior, com infância e adolescência passadas nos subúrbios da Grande Sampa? Desde março de 2003 no cargo com o pomposo nome de ministra-chefe da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, descobre-se agora que a afoita balzaquiana gastou no ano passado R$ 171.500,00 com despesas pessoais pagas pelo dinheiro da República.
Calmaí!!! Você não bebeu demais, não! Leste certo: a dona Matilde gastou em média R$ 469,86 por dia em 2007.
Fez até compra em free-shop e usou o cartão de crédito pago pelo Governo Federal.
Antes de nomeada ministra de lula, Matilde foi assistente-social. E sabe que neste País, andar de táxi é quase luxo. Mas a nova-madame só usava carro alugado.
Solteirona, enfiou noite afora o seu cartão de crédito oficial em maquininhas de bares noturnos, e padarias de alto padrão.
Vejamos a prestação de contas da moça:
126.000 reais - aluguel de carros
35.700 reais - hotéis e resorts
4.500 reais - bares, restaurantes, padaria
460 reais - free shop
4.800 reais - despesas diversas (?)

O hotel preferido de Matilde foi o Pestana, cinco estrelas na praia de Copacabana, onde hospedou-se 22 vezes em um ano.
Para comer ou beber no Rio, Matilde só vai ao Nova Capela ou no afamado (e caro) Bar Amarelinho.
Se está em São Paulo, ela não vai a lanchonetes de Osasco, onde viveu quando criança, nem a pizzarias ou padocas da zona leste, onde curtiu a juventude. Matilde abriga-se à noite na badalada padaria Bella Paulista, aberta 24 horas na região dos barzinhos das ruas Bela Cintra e Augusta.
A hora do rango é o único horário em que Matilde mostra alguma eficiência em igualdade racial: passou 21 vezes o cartão do governo em restaurantes árabes, japoneses, italianos...
Além dos R$ 171 mil que torrou consigo mesma ou talvez com colegas em pernoites, refeições e noitadas, Matilde ainda leva para casa o salário mensal de R$ 10.400,00.

Isto nos lembra a mancada de outra ministra de lula, também filha das classes oprimidas e que viajou na maionese, quando no poder.
Benedita da Silva, ex-ministra da Ação Social, usou dinheiro público para um compromisso pessoal na capital da Argentina.
O Diário Oficial da União apontava que numa 4ª-feira, 24 de setembro de 2003, Benedita estava agendada para um café da manhã com crentes da Assembléia de Deus em Buenos Aires. Ela hospedou-se no Hotel Alvear (diária a R$ 1.200,00 e cafezinho a R$ 5,86) no requintado bairro La Recoleta. O PT tentou enrolar a opinião pública, dizendo que Benedita tinha ido a uma audiência com a ministra do Desenvolvimento Social. Mentira.
A esbórnia com o dinheiro público virou até escândalo político. Benedita ajoelhou-se no culto ao lado de Martines de Hoz, ex-ministro do general Rafael Videla, assassino de opositores à ditadura militar argentina.
Depois de ser vaiada até em um show de Paulinho da Viola, Benedita foi obrigada a deixar o cargo.

Matilde e Benedita não tinham o direito de fazer este papelão, diante de todo sangue, suor e lágrimas dos negros na luta pela igualdade de oportunidades aos afro-descendentes no acesso a postos relevantes na sociedade brasileira.

Nenhum comentário: