domingo, 20 de abril de 2008

A História de SAMBA TRISTE

Por Billy Blanco
Certo entardecer, me aparece no [número] 101 da [Rua] Raul Pompéia, 186, Posto 6, Copacabana, Rio de Janeiro, uma figura de "sabagante valetudinário" (homem de compleição pequena), expressão que era usada carinhosamente por um imortal cujo o nome não me ocorre se referindo ao Grande Otelo.
O dito personagem, que em talento era muito maior que um Golias já naquela época, se chama Baden Powell de Aquino. Segundo ele, por pouco que o primeiro nome não era Robert, para xará total e absoluto do lorde inglês fundador do escotismo. Acontece que papai Aquino era chefe escoteiro fanático.
Badinho, dezoito anos, novinho, cheirando a tinta, que só tomava guaraná, me mostra um samba, que naquele ano de 1957 já era Bossa Nova. E me pede uma letra.
-Que nome você deu ao samba?
-Samba Triste, mas pode mudar se quiser fazer outro tema de letra.
-Não, está lindo o nome!
Então trabalhamos em cima do título e acabamos o samba.
Se o Baden tivesse passado antes na casa do Vinicius, a letra teria ficado melhor, tenho certeza.
Mas graças a Deus ele não conhecia ainda o Vinicius, e essa [letra de música] me dá um trocado federal, estadual, municipal e internacional até hoje.

Billy Blanco é músico e compositor, parceiro e compadre de Baden Powell.

Leila Pinheiro canta Samba Triste, acompanhada por Marcel Powell (filho de Baden) no concerto de 26 de janeiro de 2007, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.


Veja aqui o Mestre arrebentando num show para uma platéia colossal na Europa, na década de 1960.

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