sexta-feira, 11 de julho de 2008

Não vou por gosto

Cena do filme Noel – Poeta da Vila

Em abril de 1932, Noel Rosa foi fazer uma temporada de shows em Porto Alegre (RS). Enquanto seus amigos Francisco Alves e Mário Reis dormiam em hotel, Noel e Nonô hospedavam-se na Pensão Manguache.
Depois dos shows, iam pro cabaré Clube Jocotó. Ali Noel Rosa caiu de paixão por uma das “meninas” do dancing. Na hora de voltar para o Rio, os colegas tiveram um trabalho danado pra afastar Noel dessa uma de suas muitas e fulminantes paixões. Praticamente o arrastaram à força para o porto.
No cais, Noel despediu-se da garota com imenso pesar. Tomado de profunda tristeza, o Poeta da Vila compôs para a ex-amante gaúcha um dos seus mais famosos sambas:

“Até amanhã, se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver, oh mulher
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto, o destino é quem quer...”


Dois anos depois, em março de 1934, Noel Rosa foi apresentar-se em Vitória, capital do Espírito Santo.
Como sempre, quando não estava cantando, enfurnava-se nos puteiros. E foi no Cabaré da Badú que o Poeta da Vila interessou-se por uma morena baixinha, de nome Isaura.
Desta feita os amigos do compositor não conseguiram arrancá-lo de sua paixão. Voltaram sem ele para o Rio.
Dias depois, dona Marta, mãe de Noel, teve de juntar um dinheirinho e ir pessoalmente resgatar seu filho dos braços da sedutora capixaba...

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