Não vou prantear, no nosso boteco, a morte de Caymmi. ‘Seo’ Dorival pode se chatear: ele nunca gostou de tristeza. Já derramei algumas lágrimas hoje cedo no balcão imaginário do Buteco do Edu, e expliquei sem detalhes porque não o fiz ontem.
A Família Caymmi se prepara, agora, para a despedida da matriarca Adelaide Tostes, nome verdadeiro da ex-cantora Stella Maris, com quem Dorival foi casado por 68 anos.
Não sei se são folclore ou verdade as desculpas que o artista arrumava para a esposa todas as vezes que compunha uma música com nome de mulher. “Quem é essa Marina, hein?” – e Dorival dizia logo que era apenas para rimar com “morena”... “Por que é que fizeste uma música com nome de Dora?” – e lá ia o bom baiano argumentar que era só para rimar com “agora”... E dá-lhe explicação para tanta Rosa Morena, Doralice, A Vizinha do Lado, Morena do Mar, Morena de Itapuã, dentre outras belezas musicais.
Acredito fielmente que Dorival passou uma legião de boas filhas do Brasil nos beiços.
Afinal, é preciso conhecer muito bem e intimamente do que se fala, quando um homem é capaz de fazer uma canção onde brilha uma Rosinha de Chica, “a mais bonitinha e mais bem feitinha de todas as mocinhas lá do arraiá”...
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