quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Banquete dos Mendigos

Esta postagem é original dia 9 de dezembro de 2007. Mas, atendendo a pedidos, vou colocá-la de novo na nossa petisqueira política.

Não pense que o título deste artigo vem de uma peça de teatro do absurdo. É um episódio de quando Evilásio Farias foi secretário de assistência social da ex-prefeita Marta.
Em janeiro de 2001 Evilásio disse à imprensa que em seis meses acabaria com o problema dos sem-tetos de Sampa. Vai vendo...
Uma coisa feita por Evilásio e Marta para mendigos, e que ficou na história paulistana, foi o (falso) banquete do Páteo do Colégio. A mente luminosa de Evilásio sugeriu à madame que depois da posse, o primeiro gesto deles seria um almoço com indigentes no Marco-Zero de São Paulo.
Na hora do rango, choveu esmoleiros no pedaço. Segundo a Polícia Militar, mais de 700 pedintes boca-rica. Todos com a cuíca da fome roncando bem forte dentro dos fracos estômagos. O fuzuê ficou brabo. A fome apertando e
nada de Evilásio e Marta servirem a mesa.
No meio do furdunço, o pobre do diretor do Páteo do Colégio, padre Julio Fernandes, clamava aos repórteres: “E agora o que eu faço? Conto pra esse povo que não tem comida?”, enquanto esforçava-se para fechar a porta empurrando-a conta a massa famélica.
A ex-prefeita e seu secretário não admitiram o erro, mas a verdade foi uma só. Eles haviam preparado um almoço restrito para 50 líderes dos mendigos. A
notícia foi espalhada pelo grupo de Evilásio (Maruzan Corado e Luiz Antonio de Lima) para os jornais e as rádios. O bochicho ganhou becos e vielas. “Êba! a loura e o barbicha vem comê com nóis!”, foi o grito que rolou pela Ladeira General Carneiro, subiu pelos cortiços do Bixiga, embrenhou-se pelos muquinfos do Glicério...
Quando a senhora-prefeita e seu secretário chegaram às 13h20, a coisa ameaçou transformar-se em grossa pancadaria naquela praça cheia de barrigas vazias. O jeito foi comprar quase mil marmitex de última hora, e distribuir à rodo para a legião de esfomeados.
Enquanto os excluídos do banquete devoraram suas “quentinhas” sentados na calçada, dentro do salão madame Marta Tereza Smith Vasconcelos Suplicy e seu secretário serviam a seus 50 convidados arroz branco, feijão, salada de alface, tomate e cebola, farofa, carne com legumes, refrigerante e, de sobremesa, frutas.
Entre uma garfada e outra, madame Marta chamava os comensais de “meu amigo” “minha amiga”. Mas a digestão empelotou com as pérolas verbais do secretário durante o repasto. Uma de suas frases deve ter tirado o Padre Anchieta de seu sono eterno. Enquanto servia mais um bocado de picadinho à madame, Evilásio trovejou: "Esse almoço indica o início do fim do calvário dos moradores de rua". Teve mendigo que entortou o garfo na boca diante de tais palavras.
Ali, naquela hora, Evilásio ganhou o primeiro puxão de orelha da patroa:
Não tem passe de mágica” disse dona Marta olhando feio pra Evilásio enquanto enxugava o caldinho de carne do canto da boca.
O segundo puxão de orelha público de Marta em Evilásio foi quando o “ilustre” disse que ia botar banheiro debaixo de todos os viadutos de São Paulo, e entregar a faxina aos mendigos. “Esta idéia é precária”, bronqueou a patroa.
Teve outro puxão de orelha em público da madame no barbicha, mas vou deixar pra depois. Se não, vocês vão dizer que é perseguição...

3 comentários:

Anônimo disse...

É IMPOSSIVEL QUE VC ACHE QUE O EVILÁSIO NÃO FEZ NADA DE BOM PARA O TABOAO? E COLOCA AS COISAS NEGATIVAS DO FERNANDO...SERIA MELHOR PENSAR QUE NENHUM DOS DOIS SERVE! PQ PELOS SEUS TEXTOS VC APOIA O FERNANDO

Anônimo disse...

é David, semana passada eu ja tinha comentada exatamente isto que nosso colega anônimo comentou.

Paciência né ?!?!?!


M. Assunçao

David da Silva disse...

Aolcóolatra anônimo,
de fato eu não acho que o Evilásio não tenha feito nada de bom. Ele deu emprêgo pra umas pessoas amigas minhas. Claro que pagou bem menos vantagens do que para alguns de seus "chegados". Por isto, ele usou o corpo delas, mas não vai levar a alma.
Abração, e volte sempre!!!