A roda de samba do Núcleo de Samba Jequitibá no último sábado, fez a exata conexão entre o futuro e a eternidade. A roda foi aberta com composições inéditas de integrantes do próprio núcleo. Já no fechamento do encontro, foi feita uma homenagem a Denise do Peruche, falecida na madrugada daquele mesmo sábado.
O Núcleo de Samba Jequitibá se reúne a cada 15 dias (sábado sim, sábado não) na Escola Nova Cultura, no Belenzinho. No próximo sábado, entretanto, será feita uma roda extraordinária no O Escritório Bar, também no Belenzinho – na próxima 5ª-feira eu postarei o endereço pra você não perder esta roda de samba com feijoada.
Voltando à roda de samba do sábado passado. O Zé Paulo, um dos baluartes do Núcleo de Samba Jequitibá, me disse estar muito feliz com a nova fase da sua comunidade de samba. “Estou com uma grande disposição de voltar a compor; todos nós estamos muito mais à vontade. E novos sambas vão surgir dentro desta nossa nova realidade”, diz Zé Paulo.
A morte de Denise do Peruche causou forte comoção no núcleo do Belenzinho, pelos vínculos da Embaixatriz do Samba com dois integrantes do Jequitibá. “Em 1990 ela iria gravar um samba meu”, contou Zé Paulo. Mas os produtores do disco de Denise quiseram impor-lhe profanações (levada de pagode, tecladinhos, etc) e ela recusou. “Se eu já a admirava, com aquela postura de não fazer concessões comerciais ela cresceu muito mais no meu conceito”, disse Zé Paulo. Denise também era muito amiga da família de Rodrigo, que toca surdo e pandeiro no Jequitibá. “Ela era praticamente uma pessoa de dentro da casa dos meus pais. Hoje o samba paulistano sofreu um dos seus maiores abalos”, lamentou Rodrigo.
Denise do Peruche morreu de ataque cardíaco fulminante na madrugada do sábado, aos 59 anos. E viveu para o Samba até seu último suspiro. Faleceu enquanto participava da festa de escolha do Cidadão e Cidadã do Samba 2009, que rolava na quadra da Camisa Verde e Branco.
Um dos sambas do Zé Paulo que Denise do Peruche iria gravar é Eu Canto:
Eu canto para um povo
Que só vê algo de novo
Em fevereiro, quando chega o Carnaval
Meu nome é Denise
E não aceito deslize
Porque o Samba bem cantado é imortal
Se Deus me deu a força
Pra poder cantar assim
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