Amanhã, 24 de maio, farão exatos três anos que saiu da cadeia a doméstica Maria Aparecida de Matos. Ela tinha 23 anos em 2004 quando tentou furtar um frasco de xampu e outro de condicionador de uma farmácia da Vila Leopoldina, zona oeste da capital de São Paulo. Por causa destes cosméticos no valor total de R$ 24,00, a mulher passou um ano e sete dias na jaula.
Na prisão, foi espancada pelas próprias colegas de cela, incentivadas por um funcionário. Para conter o tumulto, os carcereiros lançaram gás lacrimogênio sobre as detentas. Uma presa jogou água no rosto de Maria Aparecida. A mistura de água e gás causou sérias queimaduras na face da mulher, e cegou-lhe o olho direito.
O calvário de Maria Aparecida de Matos mobilizou entidades religiosas dedicadas à questão carcerária. Seu caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça.
Hoje, ela está com 28 anos e vive em liberdade com seus dois filhos em Taboão da Serra, com a ajuda de sua mãe e da irmã Gisleine, que denunciou na época o absurdo das condições de Maria no cárcere.
Este episódio grotesco da “Justiça” brasileira está servindo de inspiração para mudanças na lei de pequenos furtos.
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