Conexão literária metropolitana
Os poetas Frederico Barbosa e Rui Mascarenhas, da Poiesis – Organização Social de Cultura – mapearam, durante 90 dias, 32 pontos poéticos na região metropolitana da cidade de São Paulo. Este mapa do tesouro literário está depositado no blog Pontos de Poesia.
Para a conexão central de poetas da Grande Sampa, a Poiesis escolheu a estação de metrô com nome da santa padroeira dos músicos. Xará de uma outra Cecília, a Meireles. O horário escolhido foi “a hora espandongada da volta”, como Drummond definiu no poema Nosso Tempo o período entre 18h e 20h quando pessoas “escoam-se passo a passo” no retorno aos seus lares.
Versos e pé na estrada
O poeta Robinson Padial, o Binho, cultiva neologismos e gosta de fundir poesia com ação física. Assim, criou a palavra “postesia” para explicar o gesto de arrancar propaganda política das ruas, e devolvê-la ao poste devidamente recoberta por poemas. O têrmo “postesia” hoje encontra mais de 4.300 citações no Google.
O ponto de leituras poéticas Bar do Binho foi criado em 1997. É o mais antigo em atividade ininterrupta na região de Campo Limpo/Taboão da Serra.
Outra manifestação física da arte de poetar é a Expedicion Donde Miras, idealizada por Binho a partir de seu livro bilíngue português/espanhol em parceria com Serginho Poeta.
Hipertensão poética
Em suas recentes intervenções, Binho tem falado muito no pré-sal. No Sarau do Metrô-SP, o poeta revelou a intenção de promover uma caminhada cultural até o local onde são preparadas as instalações da futura exploração petrolífera. Oxalá o entusiasmo de Binho por este tema não seja contaminado pela euforia governista com a descoberta da jazida. Maiakóviski também se deixou levar pela propaganda oficial, e deu no que deu...
Ciranda sobre os trilhos
O Sarau do Binho na estação Santa Cecília do Metrô-SP foi encerrado com uma imensa cantiga-de-roda, comandada pelo Grupo Candearte, de Geraldo Magela. A voz franzina deste mineiro se agiganta quando abre a boca e bota o povo pra cirandar. É como se, em plena estação do trem metropolitano, todos voltássemos a ser gente humilde das praias e do sertão de Pernambuco, onde a ciranda nasceu. Ninguém estranharia se o mestre-cirandeiro Magela anunciasse que na plataforma de embarque, a poucos metros abaixo de nós, estava pronto pra partir um trem a nos levar para os domínios de “Lia que mora na ilha de Itamaracá”.
Vídeo: David da Silva
O ponto de leituras poéticas Bar do Binho foi criado em 1997. É o mais antigo em atividade ininterrupta na região de Campo Limpo/Taboão da Serra.
Outra manifestação física da arte de poetar é a Expedicion Donde Miras, idealizada por Binho a partir de seu livro bilíngue português/espanhol em parceria com Serginho Poeta.
Hipertensão poética
Em suas recentes intervenções, Binho tem falado muito no pré-sal. No Sarau do Metrô-SP, o poeta revelou a intenção de promover uma caminhada cultural até o local onde são preparadas as instalações da futura exploração petrolífera. Oxalá o entusiasmo de Binho por este tema não seja contaminado pela euforia governista com a descoberta da jazida. Maiakóviski também se deixou levar pela propaganda oficial, e deu no que deu...
Ciranda sobre os trilhos
O Sarau do Binho na estação Santa Cecília do Metrô-SP foi encerrado com uma imensa cantiga-de-roda, comandada pelo Grupo Candearte, de Geraldo Magela. A voz franzina deste mineiro se agiganta quando abre a boca e bota o povo pra cirandar. É como se, em plena estação do trem metropolitano, todos voltássemos a ser gente humilde das praias e do sertão de Pernambuco, onde a ciranda nasceu. Ninguém estranharia se o mestre-cirandeiro Magela anunciasse que na plataforma de embarque, a poucos metros abaixo de nós, estava pronto pra partir um trem a nos levar para os domínios de “Lia que mora na ilha de Itamaracá”.
Vídeo: David da Silva
Geraldo Magela comandou a viagem imaginária à Ilha de Itamaracá
Passageiros dão pausa no rush pra ouvir poemas na boca da noite
Uma das mais belas intervenções no Sarau do Binho no Metrô foi do angolano Nelson Talapaxi Samuel. Poeta, jornalista e artesão, nasceu em Maquela do Zombo, fronteira de Angola com o Congo. Foi a região mais devastada pela guerra civil entre tres grupos guerrilheiros de Angola. Hoje Talapaxi vive em Arujá (SP) onde dirige uma biblioteca comunitária e organiza saraus poéticos na união de moradores do seu bairro. É autor do livro Trapos e Farrapos.
Compositor Gunnar e o auxílio luxuoso do pandeiro de Geraldo Magela e o percussionista Alexandre.
O Sarau do Binho acontece todas as 2ªs-feiras, na Rua Avelino Lemos Junior, nº 60 – Ao lado da Uniban Campo Limpo – Fone: 5844-6521
O Sarau do Binho acontece todas as 2ªs-feiras, na Rua Avelino Lemos Junior, nº 60 – Ao lado da Uniban Campo Limpo – Fone: 5844-6521
São Paulo na Ponta do Lápis
Na noite do Sarau do Binho no Metrô-SP, o Espaço Cultural Estação Santa Cecília expunha desenhos de fachadas de prédios do centro de São Paulo, feitos por Marcelo Senna a lápis sobre tecido.
Veja Marcelo Senna desenhando aqui
Veja Marcelo Senna desenhando aqui
6 comentários:
Grande Magela.
Um ícone da cultura em nossa cidade.
Um orgulho cultural do Pq. Marabá!!!
Márcio Assunção
Valeu, David! Excelente matéria!
Suzi
bom! bom! bom!
EITA Magela véio de guerra VC merece,bela matéria David...cultura não tem fronteira,e o Candearte é um belo cartão postal, vlw Binho!
O pré sal tem que ser nosso, rsrsrsr
Foi um entardecer metrôvilhoso, gostei do seu trocadilho virus e versos , cirandar pelo metrô , quem imaginou isso. Maiakovski tem que ser nosso . Valeu Binho
Só gente grande citada no post heim?! Só "evento" bom. E viva a esse povo doido que escreve, fala, canta e toca bonito.
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