quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O comandante da última batalha

Em Taboão da Serra já vi vereador e prefeito darem nomes de bandidos para ruas, medalhas de honra cívica a processados criminalmente, etc... Até título de Cidadão a quem jamais fez pôrr porcaria nenhuma pelo município.
O que nunca vi nem li ou ouvi foi qualquer uma dessas desautoridades dar voto de louvor ao ilustre morador da cidade: cardeal dom Paulo Evaristo Arns. Como eu já disse há quase dois anos aqui, logo após aposentar-se em 1996, quando completou 75 anos, o ex-arcebispo de São Paulo veio morar em uma casa de repouso em Taboão da Serra.
Com 88 anos completados em setembro, hoje dom Paulo Evaristo Arns se dedica à tradução de textos de Santo Agostinho.
Mas mantém-se antenado e combativo na vida nacional. Você não viu nenhum político taboanense abrir a boca contra os recentes escândalos federais. Mas, daquela casa de repouso de Taboão da Serra partiu um telegrama indignado. Dom Paulo
não se calou diante do que chamou “corrupção inacreditável do Senado”.

A batalha final
Quando cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns transformou a praça e a catedral da Sé em trincheira contra a ditadura militar.
Em 1979, sem levantar suspeitas um grupo de ativistas liderados por dom Paulo Evaristo Arns copiou toneladas de processos do Superior Tribunal Militar. Durante seis anos catalogaram mais de um milhão de páginas com denúncias de tortura sofridas por presos políticos. Deste montante, selecionaram 6.891 páginas de documentos, e o resumo desta batalha surda foi publicado no livro
Brasil: Nunca Mais.
A obra foi imediatamente censurada pelo militarismo então moribundo. Mas circulou clandestinamente, até ser lançada em 1985.
Os bastidores deste combate silencioso e quase invisível - e a escaramuça com que os milicos tentaram se defender - são contados pelo repórter Lucas Figueiredo em
Olho por Olho.

Com todos os valores morais que dom Paulo revela em sua trajetória, acho até bom que nenhum político de Taboão da Serra queira fazer média estendendo-lhe quaisquer honrarias. Sua biografia não merece esta mancha.


2 comentários:

anderson siqueira disse...

Impressionante, primeiro porque desconhecia que estava em Taboão em casa de repouso e sendo bem tratado. Depois, pela minha falta de memória que agora me enche de culpa ao ter esquecido de Dom Paulo Evaristo Arns... Típica coisa chata, que se ele parte ontem, eu iria dizer - Puxa... eu gostava do Dom Paulo... e a matéria iria dizer... Estava em Taboão. Tão perto... podendo enriquecer as manchetes de jornais só de comentar, irritado, no alto de sua aposentadoria, encostado tomando sol... - "Governo de M...!"
Figura incrivel e mérito seu em descobrir seu esconderijo já a dois anos, e acho louvavel uma campanha para homenagens a tão querida, valorosa e importante figura.

Cremilda disse...

“escruzívio” NO CONSELHO TUTELAR DO BUTANTÃNão conhecemos uma só atuação do Conselho Tutelar do Butantã que ele tenha se posicionado firmemente a favor de aluno cujo direito tenha sido violado na escola
No entanto esse mesmo conselho coloca na parede uma notícia de Fernandópolis onde a mãe é processada por não mandar o filho para a escola .Justo Fernandópolis que é a cidade que mais viola direito de aluno e o Conselho Tutelar faz propaganda dessa violência ?
Estamos tentando ligar para lá tem dois dias. Hoje conseguindo falar com a Secretária que atendeu com um portugues super acidentado alegando que o telefone estava com defeito e “excrusivio” ontem é que foi consertado.
Então eu pedi que” excrusivi” eu queria falar com a Conselheira. Ela disse que pode apoiar a politica de Fernadópolis e pode apoiar quem quiser. Contestei dizendo que ela só pode apoiar direito e defesa de criança e adolescente e o ECA .
Se o Conselho Tutelar não pode garantir vaga para toda criança e adolescente e não pode garantir que ele não sofra violência e abuso, uma vez matriculado na escola, não pode apoiar punição contra mãe que não coloca seu filho na escola.
A Conselheira sem saber o que responder partiu para o ataque, alegando que eu estava embaraçando o trabalho do Conselho com minhas ligações e que estava se sentindo ameaçada e que ia me denunciar ao MP.
Entre outras coisas me acusou de ser preconceituosa.
Tive que explicar que meu preconceito e meu repúdio é contra o analfabetismo que é o flagelo do Brasil.
Nada contra contratar uma Secretária analfabeta para trabalhar no Conselho Tutelar, mas quem a contratou tem o dever de lutar para que ela deixe de ser analfabeta…Que um analfabeto ou semi analfabeto é mais cego que o deficiente visual físico…