João Antonio (foto à direita) repórter e escritor, autêntico cronista dos subúrbios, tem mesa cativa aqui no boteco. Já temos contos e reportagens dele publicados aqui (clique nos marcadores).
Foi ele quem criou o conto-reportagem, uma derivação bem brasileira para o jornalismo-literário criado nos EUA.
João Antonio passou dois meses hospedado em muquinfos e espeluncas do cais do porto de Santos para montar este que foi seu conto-reportagem de estréia na revista Realidade, publicado em setembro de 1968.
Segue um trechinho como petisco:
O botequim é xexelento, velho encardido. E teima que teima plantado. Agüenta suas luzes, esperto, junta mulheres da vida que não foram dormir, atura marinheiros, bêbados que perturbam, gringos, algum cachorro sonolento arriado à porta de entrada. Recolhe cantores cabeludos dos cabarés, gente da polícia doqueira, marítima ou à paisana. E mistura viradores, safados, exploradores de mulheres, pedintes, vendedores de gasparinos, ladrões, malandros magros e sonados.
O boteco é mais. Agasalha traficâncias e briga. Gente encosta o umbigo ao mármore do balcão e queima o pé com bebidas. Fuá, tenderepá, pau comendo quente. Quizumbas.
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3 comentários:
Prezado David, também sou fã do João Antônio. Gosto muito de "Dedo Duro", esta reportagem sobre o ambiente da Boca de Santos é muito legal. Seu blog é um endereço especial, muito bem-feito. Gostei dos seus comentários sobre o Solano Trindade, nunca achei um livro dele. Ele foi mestre do Geraldo Filme e do Osvaldinho da Cuíca.
Matheus Trunk
www.violaosardinhaepao.blogspot.com
Aí, Matheus
sua visita aqui no boteco é coisa da gente passar pano-de-prato limpo no balcão. Sempre vou lá no teu espaço degustar umas sardinhas de balcão.
Minha Taboão da Serra é vizinha do Embu das Artes onde o Solano semeou em solo fértil.
A reportagem "Quem é o Dedo-Duro?" Também está reproduzida aqui no bar & lanches.
Um abração, e muito obrigado.
Valeu David recentemente eu li "meninão do caixote" na minha modesta opinião é a Obra
mais João Antonio de ser...tendo o boteco e a sinuca como pano de fundo ele retrata a baixa malandragem da Lapa antiga através do malandro Vitorino e do menino
ingenuo que ganhou fama enfrentando os maiores "tacos" de São Paulo sem perder a inocência vista pelos olhos da mãe...
ZÉ DO GOLE
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