O grafiteiro Tico Finkennauer. Foto: David da Silva - 10.mar.2013 |
Na coluna central da porta do bar do Sarau do Binho, o personagem me encarava por trás da máscara.
Depois revi o mascarado reproduzido em vários muros da cidade.
Tico Finkennauer é um dos grafiteiros mais famosos da região, nascido e criado em Taboão da Serra. Foto: David da Silva - 10.mar.2013 |
Logo constatei. Carlos Alberto Finkennauer Neto é o nome composto e algo solene do grafiteiro Tico. Morador do Parque Pinheiros onde nasceu em 11 de janeiro de 1984.
Assim como sua arte de rua é uma explosão de cores, nas veias de Tico Finkennauer correm sangues de variados matizes.
Neto de alemão com índia, filho de paulista com goiana, Tico é dos poucos artistas do ar livre que tem personagens fixos. Além do mascarado, suas marcas são um flamingo e um pelicano.
Arte e atitude
Tico Finkennauer botou máscara em seu personagem central como símbolo da postura de “fazer mais e falar menos”.
O mascarado pode se manifestar na forma de uma criança ou de um idoso. De um bandoleiro ou um portador de deficiência física.
A máscara é também uma homenagem aos guerrilheiros do Exército Zapatista, que lutam no sul do México.
Foto: Divulgação |
Depois migrou para a arte grafite.
Mas não aceita comercializar seu talento. Se for convidado para pintar a fachada de algum imóvel, não faz desenho por encomenda. Pinta apenas o que sua consciência manda.
Foto: Divulgação |
Já encarou trampo de caixa de supermercado, telemarketing, e outras paradas duras.
Mas na sua lata de spray, só ele dá ordens.
“Vivo dentro das minhas possibilidades. Vivo sem ostentação”, é sua filosofia cotidiana.
Valorização da periferia
“As pessoas andam sempre desatentas à paisagem à sua volta. Daí quando a gente pinta um muro, deixa ele bonito, as pessoas passam a reparar naquilo”, define o artista.
Apesar de preferir paredes e muros como suporte de sua obra, Tico Finkennauer também se liga na pintura de tela dos nomes consagrados. Gosta particularmente do surrealista Salvador Dali.
Foto: Divulgação |
A única cara feia que o sempre humorado Tico Finkennauer fez durante a entrevista, foi quando perguntei do funk pankadão que motoristas aloprados tocam em som agressivo pelas ruas.
“É o tipo da música que influencia as crianças a não estudar. Estimula o jovem a querer ostentar carrão, relógio de grife, cordão de ouro. Eu repugno este tipo de som. Que nem é funk. Funk de verdade é James Brown, Tim Maia. Eu repugno o pankadão. Eles tocam assim pra afundar e destruir a periferia”.
O mascarado assume várias formas em suas manifestações de rua Foto: David da Silva |
2 comentários:
Não por ser meu Filho,mais o talento é indiscutivél.
O cara é foda e eu achei isso só pelo talento agora que li essa enquete sobre ele e seu pensamento e caracter reforçou minha certeza de que ele é foda para crlh❤❤❤
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