terça-feira, 7 de maio de 2013

Jegue tem vida digna em fazenda de coco no Pará

É comum a pessoa extenuada pelo serviço dizer: “eu trabalho feito um jumento”.
Numa canção Chico Buarque “incorpora” os sentimentos deste bicho: “Não sou bicho de estimação / Não tenho nome, nem apelido / Sou jumento e pronto  / Na minha terra também me chamam de jegue / E me botaram pra trabalhar na roça a vida inteira / Trabalhar feito jumento / Pra no fim... nada... / Minha pensão, nem uma cenoura/ Acho que é por isso que às vezes também me chamam de burro...”
Um milhão de coqueiros no meio da floresta amazônica
Foto: João Ramid
Mas esta triste realidade mudou. Graças ao alagoano Emerson Tenório, dono da fazenda Sococo. Depois de procurar conhecimento com um instituto de pesquisas da França, especializado em palmáceas, em 1979 o empresário levou sua fazenda de Alagoas para Moju, a 110 km de distância de Belém, capital do Pará.
A fazenda Sococo na Amazônia derruba o mito de que coco só dá no litoral. A fazenda de Tenório tem 1 milhão de pés plantados. Segundo a repórter Luciana Franco, da Revista Globo Rural, é o maior coqueiral do mundo. Em 2012 foram colhidos 110 milhões de frutos. A meta para 2013 é colher 150 milhões de cocos.
Jegue tem direitos trabalhistas na fazenda Sococo
Foto: João Ramid

Vida de jegue
Jumento e jegue são o mesmo bicho. Só muda o nome conforme a região do Brasil.
E na fazenda Sococo não tem este papo de “vida de jegue” e nem “trabalhar feito jumento”. Lá estes animais têm direito a férias e plano de carreira.
De janeiro a maio os tratores não conseguem entrar no coqueiral, devido às chuvas intensas da região. Entra em cena um exército de 300 jumentos. É formada uma dupla – um funcionário e seu jumento. Quando o funcionário entra em férias, o animal também descansa seus 30 dias.
Quando o jegue envelhece, é retirado da lida pesada da colheita e vai pra serviços mais leves.

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