Numa canção Chico Buarque “incorpora”
os sentimentos deste bicho: “Não sou
bicho de estimação / Não tenho nome, nem apelido / Sou jumento e pronto / Na minha terra também me chamam de jegue / E
me botaram pra trabalhar na roça a vida inteira / Trabalhar feito jumento / Pra
no fim... nada... / Minha pensão, nem uma cenoura/ Acho que é por isso que às
vezes também me chamam de burro...”
Um milhão de coqueiros no meio da floresta amazônica
Foto: João Ramid
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Mas esta triste realidade
mudou. Graças ao alagoano Emerson Tenório, dono da fazenda Sococo. Depois de procurar
conhecimento com um instituto de pesquisas da França, especializado em palmáceas,
em 1979 o empresário levou sua fazenda de Alagoas para Moju, a 110 km de distância de Belém,
capital do Pará.
A fazenda Sococo na Amazônia
derruba o mito de que coco só dá no litoral. A fazenda de Tenório tem 1 milhão
de pés plantados. Segundo a repórter Luciana Franco, da Revista Globo Rural,
é o maior coqueiral do mundo. Em 2012 foram colhidos 110 milhões de frutos. A
meta para 2013 é colher 150 milhões de cocos.
Jegue tem direitos trabalhistas na fazenda Sococo
Foto: João Ramid
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Vida de jegue
Jumento e jegue são o
mesmo bicho. Só muda o nome conforme a região do Brasil.
E na fazenda Sococo não
tem este papo de “vida de jegue” e nem “trabalhar feito jumento”. Lá estes
animais têm direito a férias e plano de carreira.
De janeiro a maio os
tratores não conseguem entrar no coqueiral, devido às chuvas intensas da região.
Entra em cena um exército de 300 jumentos. É formada uma dupla – um funcionário
e seu jumento. Quando o funcionário entra em férias, o animal também descansa
seus 30 dias.
Quando o jegue envelhece,
é retirado da lida pesada da colheita e vai pra serviços mais leves.
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