A sede da Giroflex em Taboão da Serra - Foto: Divulgação |
A Giroflex transferiu toda
a sua produção de cadeiras e móveis de escritório para Taboão da Serra em 2007, conforme
contei aqui em julho daquele ano.
Na ocasião a empresa era
dirigida pela organização não governamental (ONG) Associação Beneficente Tobias
(ABT). As metas com a mudança de endereço eram aumento de 20% na produção, e
redução de 45% no custo industrial.
Não deu certo.
Cada macaco no seu galho,
como se diz. Ongueiro e empresário têm DNAs diferentes. Daí, no final de 2010
os líderes da ABT foram se consultar com um grupo de investidores. “Não
damos conselhos. Compramos empresas”, foi a resposta pragmática dos donos da
Galícia Investimentos, que adquiriu 51% das ações da rebatizada Giroflex-Forma.
Desde maio de 2011 a Giroflex está sob o
comando do executivo Sérgio Saraiva, um dos sete sócios da Galícia, e que
acumula 20 anos de experiência empresarial, inclusive na China.
De alto a baixo
A Giroflex agora sonha
alto. A receita de 2012 é de R$ 200 milhões. Já o faturamento de 2017 será de
R$ 1 bilhão, se os planos seguirem o curso traçado.
A empresa vai vender os 80
mil assentos do Estádio Maracanã. E está de olho em outros locais de disputa da
Copa do Mundo de Futebol em 2014.
Executivos da firma estão
aprendendo a “baixar a bola”. Já não têm vagas privativas no estacionamento e
nem salas exclusivas.
Mas a euforia dos novos
tempos não se impregnou no chão de fábrica. No fim de 2010 a Giroflex tinha 900
funcionários. A terceirização da linha de produção comeu 40% dos postos de
trabalho.
Sem filantropia
A ONG antiga dona da
Giroflex foi fundada pelo próprio sócio fundador da empresa no Brasil (a Giroflex nasceu na Suíça). O imigrante
alemão naturalizado brasileiro Pedro Schmidt criou a ABT para dedicá-la à medicina
social, agroecologia e educação.
Em 1975 Pedro Schmidt
deixou todas as suas cotas da Giroflex como herança para a ação filantrópica da
ONG.
A Galícia Investimentos não
conta pra ninguém o quanto lhe custou a compra da Giroflex.
E a ABT nem quer saber de
repórter na sua porta perguntando quanto entrou de grana nos seus cofres com a
venda da fábrica deserdada.
Reproduzido de: Estadão
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