Fernando Fernandes em entrevista coletiva - Foto: Allan dos Reis | Taboão em Foco |
David da Silva
O
prefeito Fernando Fernandes convidou a imprensa regional na última 5ª-feira
(30) para denunciar que quatro vereadores tucanos e um do PPS estão conspirando
contra o seu governo. “Querem tomar a prefeitura por meio de um golpe político.
Chamaram até meu vice-prefeito para a reunião de rompimento. Estão copiando o
Temer”, satirizou.
Os
cinco vereadores taboanenses apontados por Fernandes como golpistas anunciaram,
na noite da quarta-feira (29), que irão apoiar candidatos de Embu das Artes. Já
o grupo político de Fernando Fernandes defende as reeleições da deputada
federal Bruna Furlan e da deputada estadual Analice Fernandes, que cumpre o seu
quarto mandato consecutivo, e é a atual vice-presidente da Assembléia
Legislativa de SP. Em 2014 Analice obteve mais de 151 mil votos, e foi a mulher
mais votada do Estado.
Infidelidade
Os
quatro vereadores do PSDB rompidos com a administração tucana de Taboão da
Serra também fizeram acordo para apoiar o candidato a governador do MDB,
conforme revelação do vice-prefeito Laércio Lopes.
“É
muito clara a infidelidade partidária gigantesca que eles estão cometendo”,
afirma o prefeito Fernandes, que anuncia: “Tudo isto vai ser avaliado pelo
partido. Não vai passar em branco. Com a possibilidade de serem expulsos do
partido e perderem a cadeira [na Câmara Municipal]. Hoje em dia as decisões dos
tribunais eleitorais não têm sido favoráveis aos que cometem este tipo de
crime”.
Campo minado
Fernando
Fernandes antevê que os cinco vereadores rebelados tentarão inviabilizar seu
governo. “Farão tentativas de CPI e acusações. É o desenho político que nós
vamos assistir na Câmara Municipal”.
O
prefeito denunciou que os dissidentes têm se reunido com frequencia com o
ex-vereador Aprígio, candidato à prefeitura derrotado por Fernandes nas
eleições de 2012 e 2016.
Recentemente
o prefeito Ney Santos, de Embu das Artes, ameaçou que vai interferir na
política de Taboão da Serra, tanto na presidência da Câmara Municipal quanto na
eleição de prefeito em 2020. O alcaide embuense é aliado dos cinco vereadores
taboanenses que abandonaram a base governista.
Fernandes
rebate as pretensões dos amotinados. “Vamos enfrentar a situação. Não vamos
permitir e não vamos ser vítimas de um golpe político na nossa cidade. Principalmente
um golpe político arquitetado por Ney Santos. Que deveria estar cuidando da
cidade dele. Que está um caos”.
Fernandes
relata que a rede de Saúde de Taboão da Serra atende um grande número de
moradores de Embu das Artes. “Tenho dados estatísticos que provam isto. Somente
no pronto-socorro infantil são cerca de 50% de pacientes de lá”, enumera.
Quanto
à sustentabilidade da aliança dos cinco vereadores taboanenses com o prefeito
embuense, Fernandes minimiza: “Até quando vão durar os cinco votos deles? Tudo
que se alicerça numa base ruim, não se sustenta. Esse solo [Ney Santos] é
contaminado”.
Sucessão
Ao
término do seu quarto mandato na prefeitura, Fernandes afirma: “Posso garantir
o seguinte. A sucessão será liderada por mim. Nosso governo vai fazer o
sucessor. O legado deixado ao longo de todos esses anos não será transgredido
através da imoralidade e da corrupção. Aventureiro nenhum vai tomar conta da
nossa cidade”.
Momento de dor
O
prefeito esclareceu à opinião pública o seu desentendimento semanas atrás com o
vereador Bodinho: “Estavam os cinco
vereadores dissidentes aqui no meu gabinete. No exato momento daquela reunião,
meu neto de apenas seis meses de idade tinha acabado de passar por uma cirurgia
no coração. Teve uma complicação, uma osteomielite, extravasou um abscesso muito
grande, meu filho me ligou chorando, dizendo que a criança estava morrendo.
Mandou uma foto do bebê para mim. Neste momento o Bodinho começou a gritar, dizendo que podia mandar todo mundo
embora, falou um palavrão. Eu realmente perdi a cabeça, fui pra cima dele e
pedi para ele sair da minha sala. Porque ele não teve respeito nenhum pela
minha dor”.
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