quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

... e por isso seu nome era Noel

Por ter nascido em dezembro, o compositor Noel Rosa foi batizado com o nome do personagem da lenda do “bom velhinho”.
Seu nascimento estava previsto para o Natal. Mas o moleque (na foto à direita com 5 anos) era apressado: veio ao mundo 14 dias antes, em 11 de dezembro de 1910. Foi arrancado à fórceps do ventre de sua mãe dona Martha de Azevedo Rosa. Veio daí a mutilação de seu queixo.
Já contei, nesse nosso boteco virtual, algumas passagens da vida de Noel (leia
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
Hoje vamos falar da sua dureza crônica.
Sempre correndo atrás de grana, Noel não se importava de, vez por outra, vender o direito autoral de um samba para bancar seus gastos com mulheres e butiquins. Excelente frasista, alguns de seus versos ganharam tal notoriedade que muitos, erroneamente, os têm como ditado popular. O famoso “Devo, não nego. Pago quando puder” vem do seu samba Malandro Medroso, de 1931:
Eu devo; não quero negar
Mas te pagarei quando puder
Se o jogo permitir
Se a polícia consentir
E... se Deus quiser
Dois anos depois, no samba Fita Amarela, Noel voltou a falar da sua constante pindaíba:
Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos, mas não paguei a ninguém
Esta sina de durango perseguia o Poeta da Vila desde seu ingresso na vida artística. No seu primeiro sucesso (Com que Roupa?) gravado em 1927, quando tinha apenas 17 anos, Noel já expunha ao mundo o seu bolso vazio:
Agora eu não ando mais fagueiro
Pois o dinheiro
Não é fácil de ganhar
Mesmo sendo um cabra trapaceiro
Não consigo ter nem pra gastar
Para ler o que já foi publicado sobre Noel nessa nossa birosca imaginária, clique
aqui.

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